Dos dedos lhe escorrem em versos
Os sentimentos controversos.
Reinventa o poeta o mundo,
Tira-o do estágio moribundo.
Com seus óculos, vê-o rosa,
Guarda na retina afetuosa
Cada imagem mudada em símbolo
Por vontade do seu “eu lírico”.
Ah Poeta! empresta-me um pouco
Do teu sonhar, que não é louco.
Leva-me com tua mão mágica
Pra longe desta vida trágica.
Cede-me também teu olhar,
Teu jeito de falar, de amar...
Mostra-me o caminho da paz,
Confiante em ti, sigo atrás.
Contigo os riscos desafio.
Lanço-me ao teu céu fugidio
E esbarro no meu chão doído.
Paro e choro meu fim traído.
O poeta não me ouve a voz.
Corre na folha a mão veloz.
Com arte conta sua história,
São os seus momentos de glória.
Mardilê Friedrich Fabre
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