sexta-feira, 25 de julho de 2014

Envelheci?


Meu corpo não acompanha a mente ágil.
Vai mais devagar. Está lerdo, frágil.
O tempo pesa. Os ombros doem.
A vista cansou. Os dentes não moem.
O pensamento teima em ficar no passado,
Busca um tempo pelo presente olvidado.
Acha fantasmas. Revive momentos.
Move o coração outros sentimentos.
Pertenço a um mundo de irial cristal.
Para trás deixei o convencional.
Conduz-me a senda da sabedoria.
Venço as barreiras da dicotomia.
A vivência mudou-me o interior,
Absorvo apenas o bem do exterior.
Com o sofrimento, descobri a
E aprendi a confiar em Javé.
Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Ainda acredito em mim





Nem sempre estou certa,
Não me iludo.
Respiro fundo,
Analiso-me,
Escorrego para o meu eu
Lentamente como desce o anoitecer.
Desencadeia-se um misto
De mandos e desmandos
E me debato
Entre claros e escuros
Das verdades que são minhas
E das que são dos outros,
Entre o que me atrai
E o que rejeito,
Entre os meus sonhos
E a dura realidade
Que me golpeia o rosto,
E me acorda de súbito,
E me conduz
Para um lugar do qual fujo
tanto tempo
Que perdi a conta.
Deparo-me com o mistério
De ser invisível,
Mas descubro na nascente de cada dia
As forças que derramam ilusões
Que me impelem a continuar.
Corro perigo de desintegrar-me.
Não me importo.
Vasculho-me.
Afinal brilha uma tênue luz
Dos sentimentos
Que ressuscitam meu mundo fascinante.

 

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem Google


sexta-feira, 11 de julho de 2014

E o inverno segue...




I
Os pombos arrulham
nos galhos quase sem sol.
Noitinha gelada.



 
II



Em busca de abrigo,
As aves voltam aos ninhos.
começa a gear.


III


Domingo tranquilo.
Diante da lareira acesa,
gatinhos ronronam.

IV
Madrugada escura.
Cachorro abandonado uiva
De fome e de frio.



V

Pelas nuvens cinza
não passam raios de sol.
Volta a frente fria.


Mardilê Friedrich Fabre
Imagens: Google


sábado, 5 de julho de 2014

Renovação






Renovação


Eu me renovo no amor.

Recrio-me nos poemas

Que teço, e nos meus desejos,

Recomeço a cada dia.


Sim, sou sonhadora,

Eu me renovo no amor,

No lirismo da paixão,

No fascínio dos jardins.


Encanta-me a poesia,

Recrio-me nos poemas,

Na formosura das flores,

Nos momentos de oblação.


Volto nas vagas do tempo,

Com emoções afáveis

Que teço, e nos meus desejos,

Andarilha que hoje sou.


Aventuro-me, sorrio,

Escuto o cantar do vento.

Recomeço a cada dia

A repelir minhas lágrimas.


Mardilê Friedrich Fabre