sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Entressonhos


Pelo corpo escorregam
Fios de luar.
Cabelos prateados
Derramam-se em cascatas
Pelas quimeras despertadas
Dentro do peito inquieto.
O eco dos acalantos
Suga paixões imóveis.
Sentimentos traçam
Versos irregulares na calçada gélida
Da madrugada cerzida de estrelas.
Almas rumorejam desejos de cetim
Que nutrem poesia lunática.
Melodias dormem nas partituras...
Aguardam por delicadas mãos
Que as despertem
De seu pesado sono.
Noites mastigam dores
No silêncio resignado
Do leito balsâmico
Que recebe vidas em pecado.
Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: limaverde1.wordpress.com

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Trilha Sonora de Primavera



Ao alvorecer, ouço os passarinhos.
Acordo com seu mavioso gorjeio
Enquanto o sol bate em cheio
Na janela do nosso ninho.

Acompanha-me a trilha sonora
Na fadiga do labor diário,
Sonorizando o meu cenário,
E o desalento vai embora.

Desprezo problemas. Canto!
Nãomais solidão. Incrível!
Vem a ventura. Imprevisível!
Desnuda-se minha alma. Encanto!

Esquecida de mim, devaneio
Tomada pela melodia
Que o meu coração cadencia,
E o meu dia com paz norteio.

 Mardilê Friedrich Fabre

sábado, 10 de setembro de 2016

Seria delírio?



Seria delírio de amor
Florir como a rosa vermelha
À qual agrada ao sol se expor?

Seria delírio, poeta,
Não desvanecer a centelha
Que no coração é secreta?

Seria delírio apagar
O passado que a luz espelha
Nas águas do lago ao luar?

Que segredo com ardor
Esconderia a flor quieta?

Por que o destino decreta
Solidão aprofundar?

Salva-a o beija-flor.


Mardilê Friedrich Fabre




Teoria deste tipo de composição literária:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2014/11/escala.html

sábado, 3 de setembro de 2016

Do espelho


Teoria dessa composição literária, encontra-se neste link:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2015/06/oitava-intercalada.html