sábado, 28 de julho de 2018

Espero o teu amor




Será difícil ficar sem ti,
Sem teu aconchego, sem teu colo...
Será difícil ficar aqui
Sozinha em prantos, sem teu consolo...

Não suportarei esta carência
Da tua presença, da tua luz,
Que verte paz na minha existência,
Nem da tua mão que me conduz.

Como esquecer momentos de enlevo?
Tua voz soava melodia
No nosso tempo agora em relevo.
Minha mente aceita a fantasia...

Como resistir à tempestade
Que varre do meu interior
Tua candura, tua bondade?
Sonâmbula, aguardo o teu amor.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Rafael Ohana

sábado, 21 de julho de 2018

Pedidos...




Quero estar contigo ainda uma vez,
Olhar nos teus olhos azuis brilhantes,
Sentir teu coração pulsar como antes,
Escutar tua palavra cortês.

Preciso que me abraces muito forte,
Que jogues p´ra minha nostalgia,
Que eletrizes minh´alma que desfia,
Que conduzas minha vida sem norte.

Peço-te que vertas em mim amor,
Que sejas meu anjo confortador.


Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: sutimentesensual.centerblog.net

domingo, 15 de julho de 2018

Reminiscências




Barco de papel

Depois da chuva,
As poças d´água
Refletem
As nuvens sorridentes
P´ra menininha
Que solta barcos
De papel.


Era uma vez


Sim, era uma vez
Uma menina de tranças...
Vivia de sonhos e esperanças.
Pegou a estrada confiante,
Forrou-a com pó de diamante,
Palmilhou-a com sapatos de cristal
Para descobrir o amor celestial.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: adoptionadvocates.net



sábado, 7 de julho de 2018

De nossos distantes recantos




Do esconderijo na bruma da distância,
Irrompeste numa primavera de amor.
Encantados um pelo outro nos revelamos,
Talvez como nunca tivesse acontecido antes,
A verdade conduzia nossas palavras.
Nossas almas se abasteciam do carinho
Que não conseguimos mais guardar em segredo.
Sonhamos acordados sonhos
Que, sabíamos, nunca se realizariam.
No silêncio da madrugada,
Teu rosto esmaecido sorria-me
Um sorriso entristecido...
Não pedimos, mas o destino colocou-nos,
Outra vez, frente a frente,
Embora numa encruzilhada,
Ou escolhíamos viver um presente paralelo,
Ou tomaríamos cada qual seu rumo
Para não nos machucarmos
Nem desferir flechas de dor sem direção.
Decisão difícil de tomar.
Tu optaste por nós dois
Sumiste aos poucos, sem traumas de despedida,
Simplesmente como uma bolha de sabão
Que rebenta no ar mistérios inexplicáveis.
Fiquei atordoada, confesso, mas compreendi:
Foi apenas um pedaço do nosso passado:
Apareceu, tomou forma, não resistindo,
Voltou para os cofres de nossos corações.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Filme: O universo no olhar. Born in 1996


sábado, 30 de junho de 2018

Cada verso...




Cada verso filtra amor,
Que um coração irradia
Para outro, acolhedor...
Refaz antiga harmonia...

Cada verso animador
Que canta uma melodia
Terna, intensa, com ardor...
Desfaz a melancolia.

Cada verso causador
Desta vida em sintonia,
Tão ligada ao esplendor
Cujo requinte inebria!

Cada verso alentador
Que pela manhã premia
O silêncio, com sabor
De tentação e euforia.

Cada verso é um clamor
À voz do tempo que envia
Discurso galanteador
Ao poeta da magia.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: mejorconsalud.com

Para saber como escrever tetrásticos, acesse:
http://comocriarpoemas.blogspot.com/2018/06/tetrasticos.html

sábado, 23 de junho de 2018

Baú de Recordações



Abro o baú das recordações.
Dispersam-se quimeras guardadas.
O amor acabado por senões,           
Lágrimas pela emoção enxugadas.

Fotografias amareladas
De amigos que partiram mais cedo.
Poesias com fitas amarradas,
A carta em que contei um segredo.

Um vestido enfeitado de renda
Não tão branco, mas perfumado.
O velho livro que conta a lenda
Do Negrinho que morreu calado.

Não consigo conter as lembranças...
Navego pelo tempo infinito,
Como Quixote em suas andanças,
Luto com monstro de vento, um mito.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Baú de Sentimentos


domingo, 17 de junho de 2018

Aprendizes de poesia




As palavras da solidão
Cansam, unem-se a outras mais
E desenham um poema, então,
Brincam com versos geniais.

Aprendizes de poesia...
Cada estrofe um raro diamante.
Orgulho ilustra euforia
De obter vitória edificante.

Revelam emoções veladas
No recôndito d´alma triste.
Perdido no fim das jornadas,
Coração ainda resiste.

Germina o soneto tingido
De vaporosas sutilezas.
Brilham no papel atingido:
Magias, imagens, surpresas!

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem:Fãs da Psicanálise

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Fui flechada




Não desdigo. Fui flechada.
Não fugi daquele olhar
nem da certeira “cantada”.
Então me pus a sonhar.

Mardilê Friedrich Fabre

Então me pus a sonhar
com o “Boa noite, Amor”.
Com encanto a divagar
nos poemas guardei dor. ”

Nem da certeira “cantada”
que, confesso, eu esperei.
Não pensei que desse em nada,
em minh´alma, ele era rei

Não fugi daquele olhar.
Atraía-me por certo
sem fazer-me agonizar.
Queria-me bem por perto.

Não desdigo. Fui flechada
com palavras de magia.
Soaram como toada
neste poeta que cria.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: ru.depositphotos.com

Este tipo de poema chama-se escada de trovas. Para saber como criar um poema como este, acesse:
http://comocriarpoemas.blogspot.com/2018/06/como-escrever-uma-escada-de-trovas.html



domingo, 3 de junho de 2018

Minha alma sangra





Minha alma não tem mais jeito,
livra-se de mim ligeiro
e flana no ar rarefeito
com destino e paradeiro.

Com destino e paradeiro,
embora eu tente trazê-la,
toma seu rumo certinho
e abriga-se numa estrela.

E abriga-se numa estrela
de onde observa minha vida
que anda confusa sem ela,
sem força e desaquecida.

Sem força e desaquecida,
não discute, não afronta,
esvai-se com a ferida
que sangra vezes sem conta.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: vivismatos.blogspot.com



Para saber como se faz uma trova encadeada, acesse:
http://comocriarpoemas.blogspot.com/2018/05/como-escrever-trovas-encadeadas.html

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Caminho de flores


. 


Ah! o perfume dos teus passos!
Poesia canta nos teus rastros.
Revigora-me o teu calor.
Não te ver é pesado fardo,
Falta-me oxigênio sem ti.
Tempo inesquecível vivi
No silêncio do teu fulgor.
Tanto minha alma desejou
Que, translúcido, apareceste.
Fantasia febril, mas leve.
Ah! o perfume dos teus passos!
Não te ver é pesado fardo.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Pinterest

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Abandonada



Perdi, sim perdi
Um grande amor
Que perdurou um longo tempo
Enclausurado nos labirintos
De um passado amortecido.
Bastaram algumas palavras
E ele, que dormia tranquilo
No meu coração, seu berço,
Despertou e bebeu cada frase tua.
Sonhou ouvir a declaração que permanecia
Descansada em seu pouso
Sem ousar alcançar
O limbo de ausência tão dolente,
Presente agora, não como o almejado,
Porque o impedem circunstâncias
Já concretizadas, impossíveis de romper.
Resta tão somente
O sabor doce-amargo deste amor
Que ora sinto unilateral
Não ouço mais sutis promessas
Ao som de envolventes canções
Nem me extasio
Com o desabrochar da rosa vermelha
Que inunda, sem piedade, de perfume
Este meu mundinho inodoro.
Encerro-te, de novo, amor,
No íntimo do meu eu
À espera que me reencontres,
Para alimentar minhas emoções,
Esquecida de toda e qualquer razão,
Sem refletir,
Sem querer explicar,
Sem me importar em compreender...
Simplesmente abandonada
No teu eu.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Dreamstime


sábado, 12 de maio de 2018

Para minha Mãe

Este poema é um indriso, Para saber mais sobre esta composição literária, acesse:

http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2014/07/poema-criado-pelo-poeta-espanhol-isidro.html

domingo, 6 de maio de 2018

Em algum lugar...




Em algum lugar, minh´alma vaga
Sozinha. Espera no descompasso
Do tempo cicatrizar a chaga
Feita com tua frieza de aço.

Tu és o dono do meu destino.
Entreguei-to na ausência da dor,
Escutando teu riso argentino
E tuas falsas juras de amor.

Onde o sentimento confessado?
Para o vazio foi transportado.
Onde o devaneio acalentado?
Parou na lembrança, abandonado.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: ninna angel

sábado, 28 de abril de 2018

Filha do Amor



Minha alma flutua
Num grande vazio.

O sol abandona
O mundo perverso.

E lágrimas tombam
De nuvens pesadas.

Não matam, no entanto,
A dor que ora sente.

Do sólido atinge
O abstrato infinito.

Busca a luz da vida
No túnel da noite.

Os sonhos, pedaços
De versos, retornam.

Lampejos de instantes
Substituem tristezas.

O azul transparente
Realça os sentidos.

E o olhar matizado
De amor desfaz mágoas.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: perdidananet.zip.net

Teoria deste tipo de poema:
https://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2018/04/breve.html

sábado, 21 de abril de 2018

Bálsamo da vida



A vida seguia devagar...
Monótona... tediosa...
Num traçado reto,
Sem curvas, nem subidas,
Nem pedras no caminho...
O coração já se acostumara
À mesmice dos dias sem graça.

Não havia sonhos nas margens infinitas.

Até que... certo dia...
Apareceu-lhe sem ser chamado
Um amor pulsante de afetos.
Nela reverberou a música
Da partitura composta
Em momentos coloridos e brilhantes
De um tempo diáfano.
"Impossível", segredou-lhe a razão.

Indecisão passageira.

Para o amor não existem empecilhos.
Toda uma vida em lampejos,
Acendiam e apagavam como vagalumes
À procura de sentido para continuar...
Ainda hesitante, deu-lhe guarida,
Permitiu que se alojasse,
Não podia perdê-lo outra vez.
Seria como morrer sem alcançar
A claridade do bálsamo de ternura.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: A Soma de Todos os Afetos


sexta-feira, 13 de abril de 2018

E...é amor





Os olhares se entrecruzam
Por um só minuto infinito, contérrito...
Descoberta inesperada.

Suficiente para unir almas,
Distante no tempo de vidas autônomas,
E acordar amor secreto.

Eternizado no tempo,
Sentimento puro com desejo cálido:
Viver em um coração.

Entrevista nos olhares,
Some solidão nas declarações cúmplices
E nos sonhos reveladdos.

Não importa quanto dure...
Pode ser que um dia desapareça límpido,
Frágil de tanta saudade.

Ficarão lembranças boas
Dentro de cada alma, deste amor incógnito,
Romântico e natural.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: kronervijesti.info

Teoria sobre este tipo de composição literária:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2015/05/corola.html

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Nós Dois




A lua vaga seu alvor.
Teus olhos invadem meu ser.
Nós dois num silêncio opressor.

Ao longe, a natureza canta,
E as horas chegam ao amanhecer,
E a fala presa na garganta.

Olho-te atônita, abismada,
E tu, quieto, sem dizer nada.

Nós dois frente a frente chorando,
As mãos aos poucos se afastando...

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Amor!!!
Teoria sobre este tipo de poema:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2014/11/elidram.html

sábado, 31 de março de 2018

Penso...


.

Penso no beijo que não te dei.
Penso no que não aconteceu,
No quanto te amei, te desejei.

Penso na lágrima que rolou,
Penso no sorriso que feneceu
Quando a despedida ressoou.

Penso no meu amor que negaste.

Penso na dor que não debelaste.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: ebapho.com.br

Teoria para conhecer melhor essa forma poética:

http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2014/07/poema-criado-pelo-poeta-espanhol-isidro.html

sexta-feira, 23 de março de 2018

De presente, amor



Recebi muitos presentes.
Nenhum me fez tão feliz
Como quando ouvi de ti:
“Te amo”. Pra que outros presentes?

Murchariam, se fossem rosas.
Perderiam o seu viço,
Cairiam suas pétalas,
E eu não teria mais rosas.

Gastariam, se perfume.
Pode ser que eu esquecesse
Esta tua gentileza
De me mimar com perfume.

Não morre nem some o amor,
Vive na minha lembrança,
No espírito da poesia
Do teu meigo olhar de amor...

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: bluepearlhcm.blogspot.com