sábado, 21 de maio de 2011

Redesenho-me



Foram muitas as vezes que me redesenhei.

Era menina tímida e sonhadora, interiorana, protegida pela família.

Interna em colégio de freiras na capital, vi-me, de repente, sozinha, conquistando meu espaço.

Depois de três anos, era outra, embora sonhadora (ainda o sou), agora impulsiva, determinada, segura, persistente.

A perda prematura de minha mãe, amadureceu-me à força, principalmente porque havia minha irmã menor.

No trabalho, a dedicação tornou-me profissional respeitada.

Como mãe, sempre me preocupei em legar bons exemplos.

Uma grave doença mostrou-me uma faceta diferente da vida e passei a valorizar as pessoas, a compreendê-las, a dar-lhes atenção, a aceitá-las como são. Entendi que até então tinha sido um rascunho de mim.

Com a maturidade, contenho o meu lado explosivo com mais facilidade, ouço quem me procura, observo mais e opino menos, afinal somos indivíduos, portanto diferentes, com personalidades distintas.

Aprendi que o erro é característica do ser humano (quem não erra?) e que perdoar não é esquecer, e sim ter a humildade de aceitar essa peculiaridade, que é inerente às pessoas.



Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google

2 comentários:

Jorge Sader Filho disse...

Uma abertura que muitos não fazem, Mardilê!
Não são capazes de enfrentar suas fraquezas, que andam juntas com o oposto, o lado luminoso, e não se realizam.

Carinho,
Jorge

lúcia disse...

Cada vez que entro no Frêmitos, descubro mais um pedacinho desta minha prima. São sempre doces estas descobertas. Obrigada Mardi, por permitires que te conheça mais cada dia. Bj. Lúcia