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Burlou-me o destino.
Não é mundo divino,
Onde tudo é risonho.
Onde tudo é risonho.
Porém roubei-lhe o sonho.
Então nele me afundo.
O regozijo me imponho.
Os dias cinza elimino
E as energias reponho.
Regenero num segundo
Cada prejuízo ladino.
De luz e bem me circundo.
Refugio-me entre as flores.
Nelas minh´alma reclino
P´ra ver anjos voadores.
(ascendente)
(ascendente)
Não me abandona tua imagem,
Vens envolta em fios de prata,
Destilando pós que em mim agem.
Metamorfoseio-me assim
No ar translúcido que arrebata
Da noite o hálito do jasmim.
Agito-me na limpidez
Dos tons que jorram em cascata
Do meu corpo que só tu vês.
Nossas almas interagem
Numa comunhão sem fim.
Aos acordes de um flautim,
Sublimo-me na fluidez.
E o repouso desata.
(descendente)
(descendente)
Mardilê Friedrich Fabre
Imagens: Google
Um comentário:
Muito interessante esta nova forma de poema, Mardilê.
Tem um ritmo ótimo, é bom de recitar.
Grande abraço,
Jorge
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