Madrugada alta. Gato
No telhado, gaiato,
Mia à cata de amor.
Sonha preto Cigano,
Embora leviano,
Com afagos da amada.
Por que ela custa tanto
A chegar-se ao recanto
E ceder às carícias?
“Solidão não tem fim.
Por que age ela assim
Comigo, seu amigo?”
“Deu bolo” a musa gata.
Mas por que é tão ingrata
Se só ela era o seu xodó?
Não posso o gato olhar
Sinto-o lamuriar
Seus mios solitários.
Não escuto mais miados,
Apenas os chiados
Das patas no telhado.
Abro minha janela,
Ele passa por ela
E aninha-se em meu colo.
Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google
2 comentários:
E a gata, Mardilê? Vai ficar comportada? Não acredito.
Abraço.
Jorge
Cada vez que visito o blog encontro mais maravilhas...
beijo com saudade do grupo.
Ceres
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