Vêm de muito distante
Acordes dos rumores
Que jaziam no silêncio
de mim.
A noite carrega formas
difusas
No dorso das sombras.
Fundem-se mistério e
inexplicável
E atravessam montes
agressivos,
Mares ébrios,
Vulcões impetuosos,
Rochas mordentes,
Prados inertes,
Florestas dissimuladas,
Cavernas famintas,
Cascatas insensíveis.
Perturbam o próprio
vento
Que serpenteia no
nevoeiro
Em movimentos contínuos,
Sem direção, em
círculos.
Atingem o espaço vazio
Entre a terra sem força
E o céu revoltado.
A tudo isso assistem
A lua atônita,
Que se equilibra para
não cair,
E as estrelas exânimes,
Cujo brilho foi diluído
Por movimentos de um
universo
Vertiginosamente desordenado.
Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google
Um comentário:
Mardilê me surpreende com suas figuras. Chamou atenção "A lua atônita,
Que se equilibra para não cair". É traço pessoal mesmo!
Abraço,
Jorge
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