A
verdade lambe-me os pés ,
Na
criança que
esmola ,
No
homem que
dorme na calçada ,
No
adolescente que
cuida de carros
Na
mulher que
alimenta o filho
No
catador que remexe o lixo ,
No
lixeiro que
corta a mão
Colocado
displicentemente na lixeira ,
No
namorado que
perde a amada
Na
louca que
grita pelas ruas
o desrespeito ,
No
esfarrapado que
ziguezagueia a desventura ,
Na
mãe que
chora o desaparecimento
do filho
Numa
guerra cruel
e inútil ,
No
idoso que
sofre
Rebela-se,
tentando redesenhar o mundo ,
Corrigindo
a negligência ,
Desolado,
derrotado e ressequido,
Enfrenta
a verdade incontestável :
E
descobre que pode distribuir
amor ,
Incontestavelmente
pode amar
E,
despido de si
mesmo ,
Atira-se
à fantasia
De
inflamar ao menos
Mardilê
Friedrich Fabre
Imagem:
caraisartes.arteblog.com.br
Um comentário:
Mardilê, estes fatos são humilhantes para os seres humanos.
Bonito protesto. Impossível calar!
Abraço
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