Uma
paz sem procedência
Ilude
o poeta
E
devolve-lhe a calma.
O
céu avermelha-se,
Repousa
seu presente
Na
fímbria da terra.
A
noite aproxima-se lentamente,
Enlaça
a existência.
Conduz
consigo a formosura da lua
E
o cintilar desconcertante das estrelas.
Pelo
ar espalha-se fragrância
De
afetos ocultos.
Nos
vincos das mentes românticas,
O
passado, teimoso,
Turva
o presente.
E
trava-se o conflito...
A
imaginação fértil
Apoia
lembranças sem data,
Diluídas
nas águas dos sentimentos.
Suspiros
embebidos em notas musicais
Emergem
das sombras.
Dó
que atravessa tempos de sol
Desce
de lá com palavras de Fá.
O
presente destrói o muro
Que
o separa de outrora.
Torna-se
doce,
Corta
os infortúnios,
Aproveita
o fulgor da lua,
Intervém
com asas de anjo,
Invade
o caminho do tempo,
Transforma
momentos em magia,
Confunde
a alma ingênua
Que
se refugia na quietude
Das
dobras das horas dormentes.
O
passado não quer ser esquecido.
Envia
sua mensageira
Sempre
presente.
A
saudade atinge em cheio
O
poeta que, aturdido pela desordem
Dominante
em seu coração,
Converte-se
em refém da esperança
De
retratar em versos
O
enredo de sua jornada
Entre
emoções molhadas pela essência
De
suas inquietações inocentes
Que
culminam no voo solitário
Para
o silêncio de si mesmo.
Mardilê
Friedrich Fabre
Imagem:www.fotolog.com
5 comentários:
Belíssimo. Parabéns. - Ilda Maria Costa Brasil
Prezada Mardilê, acabo de chegar de uma palestra do Poeta e escritor Manoel Erzog. Ai chego em casa e sou levado a ler o seu belo Poema...Com certeza vou ter uma bela noite de sono. Só a poesia para proporcionar isto.
É o mais profundo de todos, o silêncio de si só.
Abraço.
Conflitos nos levam a meditar e deixar registrados de alguma forma elementos que nos superaram sejam na memória ou na escrita...Belo poema Mardile gostei
Belíssimo.
bj
re
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