Há uma fugacidade incontrolável
No minuto que muda a vida.
O olhar espreita o insondável
Da inquietação monocórdica adormecida.
Ninguém destrói o imortal do sonho
Que preenche a vaguidão do nada.
O tempo, em sigilo tristonho,
Constrói trajetos com a sorte lançada.
As ranhuras das lembranças sustentam
Os cansaços das verdades espelhadas
Nos redutos dos desejos que alimentam
Murmúrios de perturbações ceifadas.
Nas migrações das almas inquietas
Desaparecem os conflitos e as decepções,
Que criavam ramas e feriam como setas,
Estancando os sentires firmes das relações.
Por tablados arredios das histórias,
Que revelam virgens roteiros,
As suspeitas se arrastam inglórias,
Movidas por fogos-fátuos certeiros.
Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google
4 comentários:
Mardilê, sensivelmente nos mostra que em 2013 os seus Poemas nos levará a uma reflexão, onde a nossa admiração pelo seu trabalho, tende a crescer muito mais e constantemente.
CCF
mardilê, querida, nós, seus leitores, é que ficamos honrados em acompanharmos a sua produção poética.
o pensador é por natureza um ser inquieto. você é uma grande pensadora e é uma excelente amiga porque, generosamente, nos transmite as suas descobertas. como neste lindo poema, "inquietudes".
um carinhoso (e amambaiense) abraço. irany
Só posso ser breve.
É um poema onde predominam a elegância e a classe!
Abraço, Mardilê.
Jorge
Como sempre profundo, de uma beleza incontestável. Adoro ler-te embora quase nunca me manifeste. Bjus
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