Quero prender a lua
Nas minhas mãos,
Para que brilhe só para mim.
Aborreci-me de tanto erguer os olhos
Para vê-la a distância.
Incomoda-me dividir com outros
O lenitivo para minhas ondas de lástima,
A companheira para minha solidão mendiga.
Vãs são minhas tentativas.
Indiferente, ela dissipa-se pelo céu
E emana o luar perfumado
No mar do meu interior.
Insinua-se pelo meu desengano
Até sangrar o cortejo de saudade
Que me cunha o coração
Com os fios prateados
Do desconsolo.
Mardilê Friedrich Fabre
4 comentários:
às vezes me ponho a pensar se a ida do homem à lua não veio secretamente desse fascínio... lindo fim de semana.
A Lua escutou suas palavras, Mardilê!
Abraço.
Seu poema é lindo, Mardilê, a lua continua sendo fonte de inspiração para os poetas. Um belo fim de semana, querida!(Benedita Azevedo)
Simplesmente lindo!
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