sexta-feira, 26 de julho de 2013

Em dois versos




Ainda me surpreendo...

Ainda me surpreende a guerra,
Que a bondade dos seres soterra.

Ainda me assombra a mendicância,
Que existe por causa da ganância.

Ainda me espantam as amarras,
Que prende emoções como garras.

Ainda sofro com preconceito,
Que, triste, abomino, não aceito.

Ainda me sobressalto co´a ira,
Que meu coração p´ra longe tira.

Ainda me desaponta a dor,
Que devasta o homem apaziguador.

Ainda me atordoa a opressão,
Que impede a passagem dos que vão.

Ainda me desagrada o vício,
Que vem associado ao malefício.

Ainda choro co´a indiferença,
Que vem acompanhada de ofensa.

Ainda lamento a exclusão,
Que não é digna do eu cristão.

Ainda me atoleima o abandono,
Que faz da terra lugar sem dono.
 


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Em três versos


Madrugada

Silêncio escorre pelas ruas.
Vento sibila hálito morno,
Embalando fantasias virgens.

Na rua vazia,
Devagar se arrastam sombras,
Sonhos que me espreitam.


Fantasia...
A menina trança
Vida de luz.
 
Bucólico

Poemas balançam
Na morosa carreta.
Versos ao vento.

Não me importam lugar ou hora,
Com a luz que tenho agora,
Combato o banal que aflora.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Em quatro versos

Ripo

De gratidão
São as lágrimas.
Timidamente,
Deslizam amor.


Trova

Teus cabelos ao luar
esvoaçam prateados.
Fazem-me escravo ficar
e diluir-me em pecados.

Sonhos

Revesti de sonhos minha vida.
Ao infindo levou-os verde mar,
Porém minha mente combalida
Insiste em fazê-los retornar.



Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Em cinco versos




Tanca

Água cristalina.
Que corre livre pela campina,
Purifica a terra.
     Lava-a do sangue das guerras
     Para brotar a beleza!

Liberdade

Seguir nuvens no azul... voar...voar...

Ser conduzida sem medo mundo afora,
Desembaraçar-me da prisão do agora,

Ser depurada pelos raios de sol,
Esquecer dia, noite, até o arrebol...

Cinquain

Quimera
Vaga, mutável,
Engana o coração,
Desenlaça todos os mundos.
Miragem.





Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google