Entrevistas

Entrevista para a TV Unisinos







Entrevista para Selmo Vasconcellos


SELMO VASCONCELLOS - Quais as suas outras atividades, além de escrever?

Além de escrever, dou aula como voluntária no Programa Pró-Maior (voltado para pessoas com 60 anos ou mais) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos; faço parte da diretoria da Associação de Ex-alunos, Ex-professores e Ex-funcionários do Instituto Estadual de Educação Pedro Schneider; participo do Fórum do Livro, da Leitura e da Literatura de São Leopoldo; coopero com eventos culturais quando convidada, organizo antologias, entre outras atividades culturais.


SELMO VASCONCELLOS - Como surgiu seu interesse literário?

Meus pais eram leitores inveterados. Segui seu exemplo. Em primeiro lugar, fui uma leitora. A pessoa que lê não fica sozinha. Fazem-lhe companhia as personagens, os poemas... Com o passar do tempo, ler já não era suficiente, então arrisquei a escrever. Lembro-me que o primeiro poema foi sobre amor, claro. Era adolescente “apaixonada” por alguém que nem sabia da minha existência... Quanto sofrimento! Muito do que escrevi foi rasgado, queimado, jogado no lixo com as limpezas das gavetas.


SELMO VASCONCELLOS - Quantos e quais os seus livros publicados?

Tenho 7 livros publicados e um CD:

Literatura Gaúcha em Síntese (esgotado), Poesia em gotas: haicais, tancas, fibhaikus e poetrix, Rumos da Poética no Século XXI e À Moda Antiga: Poemas, Entardecer com Aldravias (estes quatro são o resultado de suas pesquisas sobre composições literárias. Neles a autora explica a forma de poema e exemplifica com poemas de sua lavra), Nos Desvãos dos Sonhos, Versos Tecidos de Vida, e o audiolivro Segredos... (CD de poesias recitadas e ilustradas).


SELMO VASCONCELLOS - Qual (is) o(s) impacto(s) que propicia(m) atmosfera(s) capaz(es) de produzir poesias?

Todo e qualquer fato serve de tema para uma poesia. Escrevo sobre tudo, mas os temas mais comuns são: o quotidiano, sentimentos e natureza.


SELMO VASCONCELLOS - Quais os escritores que você admira?

Admiro muitos escritores, mas me lembro neste momento de Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Manuel de Barros, Cora Coralina, Adélia Prado, Erico Verissimo, Lya Luft, Agatha Christie, Lucinda Riley, cada qual com sua peculiaridade. A lista é imensa.


SELMO VASCONCELLOS - Qual mensagem de incentivo você daria para os novos poetas?

Que, embora, seja difícil sermos reconhecidos, não devemos desistir nunca.


2) Biografia

Mardilê Friedrich Fabre é natural de Cachoeira do Sul (RS), mas vive em São Leopoldo (RS). Licenciada em Letras Neolatinas, é professora, revisora de textos, poeta, escritora, antologista e dedica-se ao voluntariado. Recebeu vários méritos e troféus culturais nacionais e internacionais. Pertence a renomadas instituições nacionais e internacionais que reúnem escritores. Participa de 61 antologias.Colabora com as revistas lusófonas Fênix/Logos/Eisinfluências.Tem textos publicados em jornais. Escreveu a letra do Hino do Instituto Estadual de Educação Pedro Schneider. Homenageada da 31ª Feira do Livro Ramiro Frota Barcelos de São Leopoldo. Sua poesia “Ironias da Vida” foi classificada em 1º lugar no 25° Concurso Literário Internacional ALPAS 21de Poesias, Contos e Crônicas da Academia Internacional de Artes, Letras e Ciências 'A palavra do século 21' - ALPAS 21. Publicou os livros Literatura Gaúcha em Síntese (esgotado), Poesia em gotas: haicais, tancas, fibhaikus e poetrix, Rumos da Poética no Século XXI e À Moda Antiga: Poemas, Entardecer com Aldravias (estes quatro são o resultado de suas pesquisas sobre composições literárias. Neles a autora explica a forma de poema e exemplifica com poemas de sua lavra), Nos Desvãos dos Sonhos, Versos Tecidos de Vida, e o audiolivro Segredos... (CD de poesias recitadas e ilustradas).

Mantém na internet seus blogs:

http//:www.fremitosdaalma.blogspot.com.br, http//:www.comocriarpoemas.blogspot.com.br,

e o site http//:www.mardilefriedrichfabre.prosaeverso.net

Atualiza semanalmente os blogs da Academia Literária do Vale do Rio dos Sinos (Alvales) e do Centro Literário, respectivamente:

http//:www.alvales.blogspot.com.br,

http//:www.centroliterariosaoleopoldo.blogspot.com.br


3) Cinco poesias


Não esmoreço

Minha vida é uma estrada,

Ao logo da qual verti

A inquietude do desejo de acertar.

Palmilho cada trecho,

Entregando-me por inteiro.

Mesmo com passos vagarosos, trôpega,

Uma estranha força interior me conduz.

Já sentei à margem,

À sombra de uma árvore amiga...

Um caminhante percebeu-me e, gentil,

Convidou-me para prosseguir.

Quando as forças me abandonaram,

Levou-me em seus braços.

Nos trechos brumosos,

Nos quais se tornava difícil enxergar,

O encantamento exalava

A doçura das flores nascidas a esmo,

E eu deslizava com a facilidade de um querubim

Para adiante encontrar um obstáculo,

Ante o qual parava para pensar

Se seria prudente continuar

Ou finalmente desistir.

Entretanto, colhia o entusiasmo

De quem me esperava

Ou daqueles que me acompanhavam,

Então, de cabeça ereta, arremessava-me,

Às vezes, sem muita direção,

Impelida por obstinada fé

De que, no meu caminho,

Não há lugar para o desânimo.


 Delírio no poema

A alma chora no teu suspiro.


O tempo não extingue a dor.

Pranteio ainda tua ausência.

Como uma fênix, por favor,

Renasce puro em minha essência.

És a melodia arrojada,

Que supre a falta da ternura,

Surge sutil como a alvorada.

Este afeto, entendo, não cura.


E é no poema que deliro.


É fato consumado

A solidão tornou-se minha companheira.

Um rosto envelhecido

No espelho refletido

De outro, jovem, é apenas cópia grosseira.


A juventude deu lugar à senescência.

Nãocomo negar,

O tempo tem de andar.

Vai longe a leviandade da adolescência.


Atinge-me fundo o vazio das perguntas.

As bocas que detêm

Respostas que não vêm,

Vozes que deveriam falar calam juntas.


Com o olhar impaciente esquadrinho o infinito.

Por que não cessa a dor

E retorna o esplendor?

É preciso sair sentimento maldito.


Com as mãos postas em prece espero perdão.

As notas musicais

Abafam tristes ais

Enquanto o anjo conduz a sincera oração.


Descompasso das palavras

Chocam-se palavras em conflito.

Presas na concha do coração,

Surpreendem-se com a aflição

Do que para o papel eu transmito.


Associam-se de uma maneira,

Mas meus dedos desobedientes

Entornam sentimentos prementes

Que coam solidão prisioneira.


Aos sonidos falta sintonia.

Libertam-se sem rumo, sem norte,

Ofuscam-me a mente, seu suporte,

Dispõem as cordas da poesia.


Pasma-me do poema o final.

Meu intento era a alegria cantar,

Mas as palavras vêm exclamar

O inusitado, o excepcional.


 Olhar dardejante

Teu olhar dardeja brilhantes

Nos meus olhos embaciados.

AH! teus sutis versos amantes!


Cativa-me com a melodia

Que da paixão encobre os brados.

Teu cuidado me acaricia.


Fio de luz brota de ti.

Tocam em cheio teus agrados,

Volteias como o colibri.


Rumo com passos errantes

Largada pela agonia.


Calam a vida vazia

Que me virou em croqui

Teus braços enamorados.

Entrevista para Noemi Jaeger

Licenciada em Letras Neolatinas, Mardilê Friedrich Fabre é professora, poetisa, escritora e antologista. Dedica também algumas horas de seu tempo ao voluntariado. Além de escrever, dedica-se ao estudo e pesquisa de composições literárias, tendo até criado algumas (veja em www.comocriarpoemas.blogspot.com.br). Dos seus livros de poesia, quatro resultam deste seu interesse. Escreveu: Literatura Gaúcha em Síntese, Poesia em gotas, Rumos da Poética no Século XXI, À Moda Antiga: Poemas, Nos Desvãos dos Sonhos, Versos tecidos de vida, Entardecer com Aldravias, e o CD Segredos...(poesias ilustradas e recitadas).

1-Fale sobre o que é ser escritor para você? Apenas um título?
Um dom maravilhoso que deve ser usado para o bem comum?

Escrever é catarse, é desnudar-se de emoções para que elas impactem o leitor. Escrever é dizer o que o leitor sente antes mesmo de ele saber.
Logo, ser escritor é criar algo que permaneça no coração, de tal modo que não seja esquecido e que modifique a sua maneira de ver o mundo.

2-Ao escrever você tem finalidade em agradar os seus leitores, ou como alguns, que usam como meio de ganho e não de espalhar a Literatura?

Na verdade, escrevo por prazer e como sou uma estudiosa de composições literárias, minha intenção é que os poetas compreendam a teoria, porque só assim escreverão melhor. Quanto mais lemos mais aprendemos. As palavras tornam-se um jogo e elas surgem quando menos esperamos na hora certa para o lugar certo. Também gosto de metáforas, portanto, quanto leio, presto atenção no emprego de metáforas inusitadas, e isso me instiga, me desafia.

3-Qual seu ponto de vista sobre a situação Literária no Brasil?

A situação literária no Brasil é crítica. Muitas pessoas escrevem, até se dizem “escritores”, mas seus livros são medíocres. Hoje, em nosso país, vende-se literatura infantil (além, é claro, dos best-sellers estrangeiros). E o que acontece? Os escritores enveredam por este caminho, mesmo que não seja bem o deles. E o que dizer da contação de histórias? Há excelentes contadores de histórias, mas há os que usam o espaço que lhes são oferecidos para fazerem o marketing de seus livros, por meio de teatrinhos a fim de vendê-los. É um setor meio complicado este da nossa literatura.

4-Por que é tão difícil para o escritor divulgar seu trabalho? O que deve ser feito para mudar a maneira de agir das editoras com os escritores?

Temos de levar em conta que as editoras e as livrarias precisam vender. É um comércio de livros. Sei, por experiência própria que poesia não vende. Há editoras que nem aceitam publicar poesia, portanto para editar um livro de poesias só de forma independente. E é preciso de tempo para dedicar-se à divulgação e à venda, porque há um mínimo de ajuda. Agora, se o poeta tem a sorte de ter alguém famoso que o apadrinhe, aí tudo bem. Cito o exemplo de Cora Coralina que ficou conhecida porque teve como padrinho Carlos Drummond de Andrade.

5-Acha que a Leitura Brasileira, está tendo mais oportunidades?
Se não, como podemos melhorar o quadro geral?

Não. Porque no Brasil, poucas são as pessoas que têm o hábito de ler. E hoje, como concorrer com os smartphones e as redes sócias?Antes de ganharam um livro, as crianças ganham um celular.
É meio contraditório porque, quando são pequenas, em idade pré-escolar, elas gostam de ouvir os pais contarem histórias. Cabe, então, aos pais alimentarem este hábito e à escola fortalecê-lo até despertar para a leitura. É difícil, devido aos compromissos impostos pela vida moderna, mas não é impossível.

6-Quais suas metas daqui para frente? Alguma outra história em andamento?

Estou preparando um livro que pretendo publicar ainda este ano e fui convidada para auxiliar a organizar uma antologia. Além disso, pertenço a academias literárias das quais atualizo os blogs e de outras instituições culturais, ajudo na organização de eventos culturais na minha cidade, faço o meu trabalho voluntário, atualizo meu blog (www.frremitosdaalma.blogspot.com.br).

7-Achas que os escritores são parciais, esnobes, invejosos e ciumentos?

Não noto em nenhum dos meus colegas escritores esses defeitos. Se são, o problema é deles. Eu, da minha parte, fico feliz com o sucesso de meus colegas. Apenas o que noto é que a maioria não compra os livros que a gente lança.



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