sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O amor estava ao lado...


Seu maior desejo: encontrar a mulher de seus sonhos. Rolou de cama em cama. Teve incontáveis mulheres.

Por que esta ansiedade toda? Um jovem universitário, gentil, cavalheiro, não se podia dizer bonito, mas para feio também não servia. Havia um quê nele que atraía a atenção das mulheres.

E a sua “alma gêmea” sentava ao lado dele na Faculdade... Cursavam Farmácia. Faziam trabalhos juntos. Estudavam juntos. Conversavam sobre os mais variados assuntos. E mais nada... Divertimento era com as “outras”.

Ele estava tão empenhado em encontrar seu “par perfeito” que não notara o olhar azul apaixonado dela. Quem o consolava depois de cada decepção? Sentiu sua falta no dia em que ela não foi à sua casa, como combinaram, para terminarem um trabalho. Telefonou para a casa dela, e ninguém atendeu. Depois de duas horas tentando, preocupou-se. Ela não era de faltar a um encontro para concluir um trabalho. (Por que nunca se interessara em saber o número de seu celular?). Não sabia como descobrir o que acontecera com ela. Ligou para a casa da única amiga dela da qual tinha o número do telefone, que também não sabia de nada.

Decidiu terminar o trabalho sozinho. 

Tocou o telefone. Era ela.
- Fui hospitalizada. Desmaiei hoje de manhã. Minha mãe levou-me ao meu médico, assim que me recuperei. No consultório dele, desmaiei de novo. Para poder diagnosticar, ele me hospitalizou para que pudesse fazer uns exames.

Ele preocupou-se. “Que sensação estranha! De abandono? de perda?”
- Que hospital?
- São Camilo.
-Qual o número do quarto?
-605.

Ansioso, cismado, pegou o carro e dirigiu até o hospital para vê-la. Que alívio vê-la sorridente, já se preparando para voltar para casa. Submetera-se a vários exames que nada acusaram. Recebeu alta com a recomendação de ficar em casa sob observação e em repouso. 
- Assim que vais ter de terminar o trabalho sozinho, Carlos.
- Não é hora para pensares em trabalho, o nosso já está no fim. Será entregue amanhã.

Voltando para casa, ouvindo música no carro, repassou o que acontecera, e os sentimentos que tomaram conta dele. “Vontade de correr para perto de Clara. De vê-la, de abraçá-la.” E assim como as nuvens se abrem para o sol aparecer, entendeu que de seu coração desapareceram as sombras do desejo de encontrar o “amor da sua vida”, ele estava perto. Era estender os braços e prendê-lo num forte abraço.  

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Quando as palavras cessam



Palavras caem no vazio,
O silêncio é constrangedor.
Teu rosto, impenetrável, frio.

Tão próximos e tão distantes!
Não entendo este desamor
Que fez nossas vidas errantes.

Atrás da cortina do olhar,
Retrai-se a palavra a minguar.

No peito, soluça a ilusão
Perdida. Morreu a paixão.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem :Google
Teoria:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2014/11/elidram.html

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Amor cativo



Hoje minh´alma acordou num canto
Não quer pensar nem falar de encanto...
Está bem assim, em paz, quietinha,
Prefere repousar escondidinha...

É tímida minh´alma, entendo-a...
O mundo, com seu jeito agressivo,
Altera-a, agita-a, entontecendo-a...

Ela protege um amor cativo,
Por isso guarda seu grito esquivo.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem :Google

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Sol de primavera


O brilho do sol desperta as flores.
Eternizo a poesia da imagem
Em versos que escorrem dourados.

As pétalas abrem-se furta-cores,
Voam borboletas de passagem,
Nutrem-se de beijos colibris insensatos.

No ar, um doce perfume de primavera...

O amor brota na vida que prolifera.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Final de Tarde


Foto: Carmen Cella

O sol adormece no horizonte.
Com o céu vermelho chega a paz,
E eu espero que a lua desponte.

Longe, plange o sino Ave-Maria.
Minh´alma em silêncio se compraz
E como uma flor se contagia.

Olhos cerrados, em devaneio,
Sinto teu vulto perto de mim
E revivo todo o nosso enleio.

Ó dia que vai! Leva a saudade
Que me consome. Retira este esplim
Que vem com a noite, sem piedade.

Consola-me a luz da poesia
Que me ilumina, me purifica
E me induz ao mundo da harmonia.


Mardilê Friedrich Fabre