quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Na manjedoura



Na manjedoura, braços abertos,
Roga o Jesus Menino amor.
Quer dos homens sentir o calor.

Encontra só corações desertos.
Recebe muito pouca atenção,
Mesmo tendo vindo como irmão.

Entre os pobres tomou lugar,

Pois a eles quis do mal resguardar.




Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google

sábado, 17 de dezembro de 2011

Nasce o Salvador




Anjos cantam
fraternidade universal.
Chovem bênçãos.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Haicais: Verão



Verão sem igual.
Na tarde silenciosa,
ouve-se o pardal.
















Principia o dia.
No horizonte alaranjado,
sinal de verão.
















Nuvens de algodão
andam ao sabor do vento.
Tarde de verão.

















Céu azul anil
olha-se na água que corre.
Verão sossegado.


















Ao brilho da lua,
plantas descansam do sol.
Noite de verão.















Reflete-se o sol
na parede da montanha.
Brilho de verão.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A Paz do Poeta







A Paz do Poeta


Por um halo de paz rodeado,
O poeta tem a seu lado
Da noite a leveza e a magia.
Livre voa a emoção e esfia
O poema nele encerrado.


Que seja a paz o seu legado.
Nela quer ser aprisionado
O poeta que se inicia
Por um halo de paz rodeado.


De suas mãos sai o impensado
P´ra jovem de rosto rosado:
A promessa na poesia
De lembrá-la em hora tardia,
O que ele cumpre dedicado
Por um halo de paz rodeado.




Mardilê Friedrich Fabre




sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Um Novo Horizonte




Um Novo Horizonte 

Carreguei meu coração nos braços,
Andei nos terraços do tempo,
Chorei nos regaços dos riachos,
Tropecei nos embaraços das pedras,
Lamentei os cansaços de amor,
Rezei nos paços do horizonte,
Enfim, entreguei aos céus meus pedaços.


Desnorteado 

Caminhava sem rumo pelos trilhos.
Uma encruzilhada fê-lo parar.
Como os passos, pensamentos andarilhos
Arrastavam-no. Para que lugar?
Um silêncio cortante compungia-o.
Por um breve momento sentiu o ar,
Doía-lhe tanta melancolia.





Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Destino

.



Destino 

Burlou-me o destino.

Não é mundo divino,
Onde tudo é risonho.

Porém roubei-lhe o sonho.
Então nele me afundo.

O regozijo me imponho.
Os dias cinza elimino
E as energias reponho.

Regenero num segundo
Cada prejuízo ladino.
De luz e bem me circundo.

Refugio-me entre as flores.
Nelas minh´alma reclino
P´ra ver anjos voadores.

(ascendente)



Fluidificados

Não me abandona tua imagem,
Vens envolta em fios de prata,
Destilando pós que em mim agem.

Metamorfoseio-me assim
No ar translúcido que arrebata
Da noite o hálito do jasmim.

Agito-me na limpidez
Dos tons que jorram em cascata
Do meu corpo que só tu vês.

Nossas almas interagem
Numa comunhão sem fim.

Aos acordes de um flautim,
Sublimo-me na fluidez.

E o repouso desata.

(descendente)





Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O Poeta e a Poesia




Olhar errando no vazio,
Mão inerte no ar,
Pensamento nos caminhos palmilhados,
Alguns deles esquecidos;
Outros ainda vivos,
Alimentados pela esperança
De não serem mais fantasias
E se transformarem em poesia,
Salienta-se na penumbra a sombra do poeta,
Que, desfocado,
Absorto e retraído,
Pela mente entorpecida,
Perde a imaginação,
Que se detém retida,
Controlada, sufocada...
Seus ais ressoam até a lua,
Que, penalizada com seu sofrimento, para,
Acompanha-o na sua dilacerante solidão,
Enviando-lhe seus raios argênteos,
Para que ele liberte em poesia
As emoções acorrentadas em seu âmago.
Assim iluminado pelos frisos de prata,
O poeta estremece
E move-se em câmara lenta
Como se um anjo lhe murmurasse
O poema que a mão despertada
Passa a desenhar ainda combalida,
Receosa e lânguida,
Desnudando-lhe a alma inquieta.
Seu pensamento, então, flui brandamente,
Eternizando-se em versos,
Que ultrapassarão a imensidade do tempo.




Mardilê Friedrich Fabre
Imaagens: Google

 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Haicais: Primavera


Tufos de brancura
noticiam primavera.
Fragrância de incenso.


Foto: Mardilê Friedrich Fabre
Buganvília rosa
floresce muito viçosa.
Enfeita o jardim.

Foto: Mardilê Friedrich Fabre
Filhotes no ninho.
anunciam primavera
Começo de vida.



Flores amarelas
bordam o verde do campo.
Luz de primavera.



Rompem flores brancas
no ânimo da primavera.
Jardim perfumado.



Rosas perfumadas
Encantam o jardineiro.
Enfim, primavera.



Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Escutando os dedos


















Na mansa noite,
que navega em silêncio,
o poeta escuta palavras
espargidas pela brisa.
Seus dedos inquietos
deixam vestígios reluzentes
de sentimentos incontidos,
formando imagens matizadas de amor.
A lua viandante
cobre-o com o véu da saudade
e passa diáfana.
E os dedos indiferentes revelam
os pensamentos calados
e os muitos sonhos e esperanças
desbotados por desilusões e obstáculos,
feridas que ainda sangram.
Os dedos insistentes prosseguem
e, sem vacilar, versam
sobre encontros e desencontros,
encantos e desencantos,
caminhos e pausas,
coerências e incoerências,
alegrias e sofrimentos,
colocando a nu, sua alma protegida.
E o poeta condoído
com o que lhe sopram os dedos,
petrifica-se no tempo suspenso.




Mardilê Friedrich Fabre.

Imagens: Google

 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Ser Criança



Sempre Criança

Na suavidade da noite,
O perfume de jasmim
Propaga-se no jardim
E atinge-me como açoite.
A mente maravilhosa
Desperta a criança mimosa
Que dorme dentro de mim.
Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Quando eu ficar velha...





Quando eu me sentir bastante velha,
Banharei meu corpo de luar,
E minha vida será centelha.

Ao vento contarei minha história,
E o eco da minha voz vai mudar
As cenas negras da trajetória.

Escutando em silêncio as crianças,
Reviverei nas minhas lembranças.

Cantando palavras de harmonia,
Lavarei o mundo da agonia.


Mardilê Friedrich Fabre

Teoria:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2014/11/elidram.html

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pela vidraça





Pela vidraça

A vida passa por mim.
Paro com o corre-corre,
De repente. Acordo enfim.
Chego diante da vidraça,
Meu olhar o céu percorre,
E a serenidade caça.
Recrio o meu amanhã
Ao som das canções do dia,
Não serei de mim vilã.
Pinto com cores vibrantes
O presente que me asfixia.
Já nada é mais como antes.
Carrossel iluminado,
Mundo gira renovado
Pelas notas da balada
De minh´alma transformada.



Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google