sexta-feira, 31 de julho de 2015

Toco...





Toco teus olhos com meus lábios,
Sinto o gosto amargo da dor.
Mantivemo-nos sempre sábios...
Não sou o algoz do nosso amor.

Toco tua tez com os dedos,
Aveludada como as rosas.
Espanto todos os teus medos
E passamos horas gloriosas.

Toca meu corpo arrebatado,
Sente-o estremecer de paixão.
Meu sangue lateja inflamado.
Estou preso em teu coração.

Toco-te com minha afeição.
Não fiques alheia ao poeta
Que nasceu pela tua mão.
És de poesia completa.



Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: lemonpeppercomqueijo.blogspot.com

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Inspiração


Inspira-me teu olhar
Que em segredo me desnuda,
Que me encanta e me faz amar,
Que meu coração estuda.

Maravilha-me teu jeito
De pegar-me pela mão
E segurar-me em teu peito,
Regando minha paixão.

Deslumbram-me teus abraços
Que curam minha tristeza,
Que me prendem em laços,
Que me livram da incerteza.

Vislumbro noites de sonhos
De sentimentos regadas
Por rastros de luz tardonhos
Das estrelas descambadas.

Magnetiza-me tua alma
Que colore minha vida,
Que perto de ti se acalma,
Em minha embriaguez contida.

Inspira-me teu cuidado,
Fazes de ti meu escudo,
És protetor arrojado,
Livras-me do mal de tudo.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: osegredo.com.br

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Milagre


Cansei desses dias
Com aroma de saudade.
Tomo a decisão
De bordar momentos

Com linhas douradas
De presente.
Cada amanhecer nasce
Da presença abstrata
Do anoitecer
Que alça voo
Nos delírios da lua
E torna-se refém
Das miragens das estrelas.

Um presente mágico
De gáudio que dissipa
A dor do abismo
E inebria o coração
Com mistério de fetiches.

Um presente reluzente
De sol que invade
Minh´alma oprimida
E como um mago
Unta-a com a seiva do amor.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Cabelos prateados



Teus cabelos ao luar
Esvoaçam prateados.
Fazem-me escravo ficar
E diluir-me em pecados.

Entre névoas de prazer,
Teus cabelos ao luar.
Meu corpo quer conhecer
O teu só para afagar.

Ao vento nossos afetos
Esvoaçam prateados.
Em palco de brilhos quietos,
Derrama minha alma agrados.

As águas frias do mar
Haurem tuas graças quentes,
Fazem-me escravo ficar,
Fundem-me em suas correntes.

Antever horas sombrias
E diluir-me em pecados
Sem ver passarem os dias
Resta sofrer machucados.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google

Redondel: Teoria Literária
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2015/05/redondel.html

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Lua


Foto Marilene D´Ávila


Quero prender a lua
Nas minhas mãos,
Para que brilhe só para mim.
Aborreci-me de tanto erguer os olhos
Para vê-la a distância.
Incomoda-me dividir com outros
O lenitivo para minhas ondas de lástima,
A companheira para minha solidão mendiga.
Vãs são minhas tentativas.
Indiferente, ela dissipa-se pelo céu
E emana o luar perfumado
No mar do meu interior.
Insinua-se pelo meu desengano
Até sangrar o cortejo de saudade
Que me cunha o coração
Com os fios prateados
Do desconsolo.

Mardilê Friedrich Fabre