sexta-feira, 26 de junho de 2015

Dissolvo...



Dissolvo a nebulosidade do meu olhar
Nas paredes do teu fulgor.
Dispo-me da saudade dos teus gestos
Com o calor da tua lembrança.
Desfaço a angústia da esperas
Com o toque dos teus lábios.
Sufoco a melancolia
Que me embarga o sonho
Com a certeza da tua presença.
Diluo os movimentos de amargura
Com o delírio da tua ventura.
Ofusco a minha insegurança
Com a crença no teu amor.
Curo as cicatrizes de minh´alma
Com o aconchego do teu carinho.
Despojo-me da solidão do crepúsculo
Ao escutar teus passos
Que me confidenciam cumplicidade.
Livro-me da sensação de frio
Com a força do teu corpo.
Apago as imagens indesejáveis
Com as reminiscências dos nossos momentos.
Abandono os medos dos meus escuros,
Porque a tua luz me ilumina
E o teu perfume na minha pele
Me revela que comigo permanecerás
Para sempre.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: www.belasmensagens.com.br


sexta-feira, 19 de junho de 2015

Recuperação



Eu me reconstruo
Depois da demolição.
Em mim perpetuo
A flor azul que diluo
Nas luzes que etéreas são.

Sibila o vento dourado...
Abro as mãos para o recado...

Recebo-o sombria.
Para entendê-lo demoro,
Saio da agonia,
A sorte me contagia:
Um destino sonoro.

O mundo faz uma pausa.
Perplexa, investigo a causa.

Há falta de canto,
Desaparece a quimera,
Minha voz levanto,
E a missão retomo enquanto
O revés se recupera.

Adormece a inquietude
De realidade rude.


Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google

Para fazer um trepidante:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2015/04/trepidante.html

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Hoje


Hoje as estrelas decidiram
Aparecer mais tarde.
Não se importaram
Com os devaneios imprudentes
Do nômade poeta
Em busca das parlendas
De luas costuradas nas emoções
E flores de ilusão
Para presentear a amada.
Hoje curaram os estigmas
De mitos embutidos
Nas linhas de dilemas
Com sabor do fascínio da imaginação.
Hoje a ausência balança
Entre o céu e o arco-íris,
Vence caminhos sombrios
E atinge cenários imagéticos.
Hoje a sensibilidade cala o pensamento,
E a alegria dança
No salão da morte
Conduzida galantemente
Pela luz do ideal de liberdade.
Hoje o olhar desenha
O horizonte vestido de crepúsculo silencioso
Enquanto a noite desce
Escondida pelos reflexos dourados
Da escuridão fictícia.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Recuperei a felicidade



Rolou do meu bojo a felicidade.
Retomei o caminho percorrido,
Mas não mais co´a mesma velocidade,
Apenas mais aguçado o sentido.
Encontrei-a sob um manto de jade.

Calmo, afastei as pedras. Fui ferido.
Sobrevivi à desumanidade,
Reinicie na manhã feliz, contido,
Para não perder a sanidade.

Na esperança, mergulhei os meus dias,
Jaziam verdes as minhas mãos frias
Como o meu destino, sem direção.

A felicidade afinal liberta
Inunda-me o coração que desperta.

E meus olhos com ela sorrirão.


Teoria:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2015/01/quindeto.html



Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google