Preciso de amor
Como de água cristalina.
E onde encontro aquele amor incondicional?
Aquele amor que me salvará de mim?
Que purificará a minha alma?
Que, correndo nas minhas veias,
Atingirá meus dedos
E pingará em outras mãos?
Aquele amor que vence distâncias
À procura do sonho escondido nas palavras?
Aquele amor que atravessa o silêncio
E bafeja a poesia do encantamento?
Aquele amor que grita no peito do poeta
E o leva a devaneios febris?
Aquele amor que vem com a brisa da primavera
Na cadência do voo da borboleta?
Aquele amor inigualável,
Que, abrindo portas impenetráveis,
Iluminará o mais ignoto de mim
E se perpetuará no tempo?
Mardilê Friedrich Fabre