sexta-feira, 26 de abril de 2013

Sons Reconfortantes


Cortam a noite enluarada
Maviosos sons de violino.
Acordes ouvem-se de inopino,
Confortam-me os dós da balada.

A melodia soa em mim,
Inebriando-me de encanto,
E minha alma estremece tanto
Que enternece meu querubim.

Estrelas brilham em arpejos,
Tons noturnos soluçam dores
Nos timbres do jardim sem flores,
Cujo choro vem em arquejos.

As notas dançam a cantata,
Encontram-se e afastam-se no ar.
Em ondas, voltam ao lugar
E enfim dispersam-se em sonata.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Aurora
















O dia abre a pálpebra devagar,
A aurora vem em cores divagar.
As estrelas e a lua somem distantes,
Rodeadas de mistérios iriantes.

Os pássaros rompem com algazarra
O silêncio que a madrugada amarra.
O sol desperta com carinho morno
Flores perfumadas, do jardim adorno.

Voejam efêmeras borboletas,
Para as rosas dançam em piruetas.
A grama agita-se ao sabor da brisa,
A nuvem manhã fagueira divisa.

Uma existência abre-se para o mundo,
Da jovem flui sentimento profundo.
O olhar paira no infinito de luz,
E o coração transcendente reluz.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Vivo em fases



Minha vida tem fases
Que se entrelaçam
No tear das lembranças.
Fios mágicos desenham sonhos
Que se rompem no céu do presente.
Cenários marcados por anseios
Que tramam enredos
Tão esplêndidos quanto impossíveis.
Fases coloridas se sobrepõem umas às outras.
Descubro-as e trago-as à tona,
Intrincadas em pensamentos atropelados.
A fase azul da despreocupação,
Que ficou na ternura dos contos de fadas.
A fase rosa do devaneio,
Que percorria o deserto no negro cavalo árabe,
Levada pelo xeique imaginário.
A fase vermelha da inquietação,
Que ressaltou a realidade
Em imagens surpreendentes.
A fase verde da expectativa,
Que cobriu o tempo com o manto da firmeza.
A fase branca da harmonia,
Que esboça a espiritualidade,
Garantindo que o infinito resgatará a protagonista
Que viveu uma história de segredos e resplendores.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Resolução do Poeta

















Dos dedos lhe escorrem em versos
Os sentimentos controversos.
Reinventa o poeta o mundo,
Tira-o do estágio moribundo.

Com seus óculos, vê-o rosa,
Guarda na retina afetuosa
Cada imagem mudada em símbolo
Por vontade do seueu lírico”.

Ah Poeta! empresta-me um pouco
Do teu sonhar, que não é louco.
Leva-me com tua mão mágica
Pra longe desta vida trágica.

Cede-me também teu olhar,
Teu jeito de falar, de amar...
Mostra-me o caminho da paz,
Confiante em ti, sigo atrás.

Contigo os riscos desafio.
Lanço-me ao teu céu fugidio
E esbarro no meu chão doído.
Paro e choro meu fim traído.

O poeta não me ouve a voz.
Corre na folha a mão veloz.
Com arte conta sua história,
São os seus momentos de glória.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google