sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Fragmentos



Dissolvo-me em fragmentos
Que o vento dispersa
Pelo tempo, indisciplinadamente.
Ignoro onde paro.
Desconstruo-me...
Ofereço-me para a vida, sem sustos.
Cada pedaço de mim
Encontra-se com uma palavra
E formam versos
Que traçam caminhos de sonho.
Já não sou eu, mas aquela
Que voa como borboleta,
Que rola como lágrima,
Que acaricia rostos,
Que colhe alegrias,
Que abre pétalas vermelhas,
Que habita bosques mágicos,
Que o amor beija,
Transfigura
E desperta poesia.


Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: christianthsaddock.wordpress.com

sábado, 24 de outubro de 2015

Na primavera



O amor floresce na primavera.
Assim como as flores do jardim
Germina em profusão a quimera.
Acomoda-se absoluto em mim.

Recebo-o tranquila, com enleio.
É dele que vem a fantasia.
Tudo é razão para devaneio
Da larva que o casulo alforria.

Afinal, primavera de cores,
De renovação da natureza,
Quando os seres vivos são atores,
E tudo transformam em beleza.

O ego contempla maravilhado
O amor sobreviver à distância,
Bater no coração machucado
E afugentar de vez a inconstância.

A alma também reconfortada
Rejubila-se com sentimento
Que a converte em imaculada
E a transporta ao infinito isento.



Mardilê Friedrich Fabre
Fonte:
www.jardinar.com.br

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Notícias sobre a Academia de Artes, Ciências e Letras "Castro Alves"

Cultura por Lucinha Lima em 2015-10-19 12:41:34


Por Ilda Maria Costa Brasil - Presidente

No dia 17 de outubro de 2015, às 15 horas, no Auditório Luís Cosme, da Casa de Cultura Mario Quintana, à Rua dos Andradas, 636, 4º andar, Bairro Centro Histórico, Porto Alegre/RS, Acadêmicos, Confrades e Convidados da Academia de Artes, Ciências e Letras Castro Alves reuniram-se para Sessão Solene - Posse de Membros Efetivo e Correspondentes. Membro Acadêmico Efetivo - Sr. Décio de Moura Mallmith, Cadeira Nº 31, Patrono Antônio Brasil Milano; Membros Acadêmicos Correspondentes - Ceres Marylise Rebouças de Souza, Itabuna/Bahia, Cadeira Nº. 06, Patronesse Lila Ripoll; Mardilê Friedrich Fabre, São Leopoldo/RS, Cadeira Nº 27, Patrono Caio Fernando Abreu; José Rodrigues de Arruda, Serrinha/RN, Cadeira Nº 28; Patrono Marcelo Gama; Alberto Slomp, São Paulo/SP, Cadeira Nº 29, Patrono Celso Luft; Felícia Teresinha Soares Lopes, Caçapava do Sul/RS, Cadeira Nº 30, Patrono Fontoura Xavier; Yara Regina Franco, Araraquara/SP, Cadeira Nº 31, Patrono Álvaro Moreira; Renate Leopoldine Gigel, Novo Hamburgo/RS, Cadeira Nº 32, Patrono Gladstone Mársico; Raquel Martínez Martínez, Montevideo/Uruguay, Cadeira Nº 33, Patrono: Darcy Azambuja; Nurimar Bianchi, Soledade/RS, Cadeira Nº 34, Patrono Araújo Porto Alegre; Maria Cristina Drese, Ponte Grande/Argentina, Cadeira Nº 35, Patrono Moysés Vellinho. O Cerimonial primou pelo apuro formal, temático e cultural. Apresentações e discursos, esplendorosos exercícios intelectuais. Esses irradiaram singularidade, brilhantismo e musicalidade. No término de nosso encontro, a Pianista, Acadêmica Sra. Yara Regina Franco, agraciou-nos com uma belíssima apresentação musical.

 Fonte - Ilda Brasil - ildamariabrasil@yahoo.com.br
Foto   - Divulgação

Referência
http://www.redesemfronteiras.com.br/noticia_ver.php?acao=comentar&id=1433

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Elimino os pensamentos



Resolvi abolir meus pensamentos.
Minha mente está em branco, vazia.
Não quero pensar nem em poesia,
Por isso estes versos tão cinzentos.

Hoje em mim predomina a reticência.
Não desfruto de passado ou presente.
Esfumo invisível, serenamente,
Enclausuro-me, retorno à essência.

Os medos sumiram pelo caminho.
Não me preocupo mais com a sorte,
Não sofro por ter perdido meu norte
Nem me angustia o mundo em burburinho.

Sem pensamentos, flutuo de mim,
Entro no espaço azul ilimitado.
As decepções não estão a meu lado,
A luz intemporal me absorve enfim.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Amor em rascunho



O destino rascunhou nosso amor 
Entre letras mal traçadas, borrões,
Fases de desalento assustador,
Num sobe e desce de contradições.

Com mãos trêmulas refaço caminhos,
Torno a escrever a história em poesia.
De olhos cerrados, sinto os teus carinhos,
Ao abri-los lamento a alma vazia.

Segui tentando decifrar mistérios,
Enxerguei os desatinos ocultos,
A intenção de fugir dos ministérios,
E a saudade difundida por vultos.

Não suspendeu o tempo minha súplica.
Confundi-me nas horas fugidias,
Não me levou a correnteza inóspita.
Permaneci nas entrelinhas frias.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: www.overmundo.com.br