sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Escada



Um torvelinho na imaginação
Destranca as portas do transcorrido,
Consente que visões esquecidas
Se adonem do meu momento.

Vejo-me sozinha no meio do nada.
Caminho para um lado, para outro,
Paro, volto-me... diante de mim,
Uma longa escada com degraus íngremes.

Vagarosa e apreensivamente, subo-a.
Os degraus, um a um, ficam para trás.
No topo, encontro-me com rostos exigentes
E olhares confiantes num futuro incerto.

Travo séria batalha com a cegueira.
Com vontade férrea, palavras e conselhos,
Apresento autores que permanecem
Por obras de conteúdo inigualável.

Inúmeros diálogos sobre afetividades
Traço com jovens indecisos e desconfiados.
Conquisto sua atenção com minha vitalidade.
Aprendo como ensiná-los a organizar pensamentos.

Com eles brinco de tecer quimeras
Por serem elas para mim
Tão importantes como para eles.
E os sonhos tornam-se reais...

O dia de descer a escada chega.
Assim como não vacilei em subi-la,
Também acontece quando a desço.
Concluo que foi mais difícil descer que subir.

Hoje, muito tempo depois, pipocam
As lições ensinadas, seja por meio de imagens,
Seja por meio de ações exemplares,
Seja por meio de discursos verdadeiros.


Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Diogo Beltrame


sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Loucura?


Esta composição literária se chama indriso. Para saber mais, consulte:
FABRE, Mardilê Friedrich. Rumos da Poética no Século XXI. São Leopoldo, Oikos, 2011.