sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Rubai



Suave música chega até mim.
Ouço com atenção, não é Chopin.
Os acordes são perfeitos, sublimes.
Vertem-nos brancas mãos de querubim.


O arco-íris voltou a tingir-me a vida
Que passava monótona e aturdida.
O meu eu não retratava o mundo.
Minh´alma iluminou-se garrida.



Mardilê Friedrich Fabre

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Tercetos


Borboleta branca
Pousa na pétala rubra.
Vidas em contraste.


Este azul me delicia.
Sorvo os momentos do dia
Que têm marca de magia.


Fotografia

Olho metálico estala.
Captura menina lânguida
De pernas nuas.


Ressona a ilusão
No cantinho de minh´alma.
Não a acordarei.





Crepúsculo

O dia cose
No horizonte vermelho
O mar no céu.


Mardilê Friedirch Fabre

Imagens: Google

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Poemetos



Vida Plena

Rosa perfeita,
Obra divina.
Vermelha, perfumada,
Perturba o transeunte.
Inocente, hipnotiza-o
Bela, inebria-o.
Cativante, enfeitiça-o.






Horas Vivas

Nas horas vivas do dia,
Pousa branda a borboleta
Na rosa, após a pirueta.
Nas horas vivas do tempo,
Reina o mistério que cria
A dimensão da quimera,
Que se liberta da esfera.






Chuva

Cai de mansinho sobre a cidade,
Como fios prateados translúcidos,
Chuva fina, pingando saudades.
Chora a longínqua infância difusa,
Criança brincando em poçaságua,
Correndo por trilhas do jardim,
Corpo ágil a escorrer liberdade.



Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Pai, lembrança constante


Meu pai,
Compreensão
Foi tua qualidade.
Faz-me falta teu aconchego
Amigo.

Origem
Força, doçura...
No teu colo curei
As chagas das quedas da vida.
Amor.

Lume
Sábio, sereno.
Tuas palavras certas
Varriam de mim a tristeza,
Papai.

Herói
Inigualável.
Aclarador das trilhas
Escuras de tempos difíceis.
Paredro.

Modelo
Honesto, honrado,
Exemplo que fixei,
Construindo-me na justeza
Fontal.


Mardilê Friedrich Fabre

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Amor Fraterno


Eu tinha cinco anos
Quando a vi no hospital.
Um sentimento estranho vestiu meu corpo.
Uma vontade carinhosa
De tocar,
De beijar,
De proteger...
Era tão pequenina!
E inquieta.
Diferente da minha Baby,
Ela se mexia sozinha.
em casa, quando a beijei
Pela primeira vez,
Juro que a vi sorrir.
E eu perdi o medo de machucá-la.
Foram tantas as vezes
Que a embalei,
Que a acarinhei
Para que não chorasse!
Vivemos juntas momentos inesquecíveis.
Minha vida é trançada na dela.
Todos os dias meu pensamento voa
Em busca do seu rosto afável,
E o meu coração se rejubila.
Sei que a qualquer hora
Podemos nos rever.
E uma certeza me invade:
Como seria vazio
Viver sem minha irmã!


Mardilê Friedrich Fabrte