sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Tempo azul



Meu tudo, minha vida,
Meu olhar derrama-se azul
No tempo interminável
Onde meus poemas
Se misturam com a doçura
Da madrugada com sabor de pitanga.
Teu sorriso me acaricia,
Mito dourado, cândida magia.
Tua voz, sussurro inesperado,
Irradia acordes místicos
Que forram minhas trilhas.
Vertes nela teu perfume
E caminho com os olhos
Fitos no horizonte azul.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Pinterest

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Tanta saudade!


Saudade dos dias que não vivi.
Saudade das noites em que não dormi.
Saudade da voz que não ouvi.
Saudade das palavras que não compreendi.
Saudade dos beijos que não recebi.
Saudade dos abraços que perdi.
Saudade dos toques que não senti.
Saudade do rosto que não conheci.
Saudade do nome que esqueci.
Saudade do olhar de que fugi.
Saudade das lágrimas que transferi.
Saudade do sorriso que interrompi.
Saudade da trilha que não percorri.
Saudade da rosa que não colhi.
Saudade do aconchego que não recolhi.
Saudade do amor que preteri.
Saudade da esperança que distribuí.
Saudade das luas que não vi.
Saudade das estrelas que não segui.
Saudade do mundo de que me despedi.
Saudade... Saudade... Saudade...

 Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Jornal I biá

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Encontro não marcado



Este amor que me consome
É verdade ou ficção?
Se verdade, por que some?
Ficção? Por que dói, então?
Cada dia, espinhos fundo
Cravam-me na alma abstraída.
Sangram as horas vazias
Do eco da tua voz muda.
Num sopro de paz afundo
No meu eu as fantasias.
De ti meiguice desnuda
Surge na poeta ferida.
Ah! como desejo, Amor,
Reunir as sensações!
E num minuto propor
O encontro, enfim, das paixões.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem:astrologyhub.com

Para saber mais sobre este tipo de composição literária, consulte:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2014/10/esparsa_26.html

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Já não sei quem sou






Procuro-me...
Não me encontro.
Sondo-me...
O silêncio cala-me.
Examino-me...
Não me reconheço.
Consulto-me...
Meus ais aprisionam-me.
Disseco-me...
Não sou mais um todo...
Investigo-me...
Difícil unir fatias de mim.
Experimento-me...
Pedaços de mim em conflito.
Reflito-me...
Desaparece a imagem de mim.
Exploro-me...
Restaram-me os sonhos.
Perscruto-me...
Nuvens de amor brotam-me no coração.
Percebo-me...
Perfume de rosas vermelhas inebriam-me.
Avalio-me...
Buquês de afetos ludibriam-me.

Mardilê Friedrich Fabre
Fotos do acervo pessoal.