Quero
um tempo
sem tempo
de girar,
Um tempo
só meu,
parado, de olhar,
Um tempo
sem relógio,
de preguiça,
De
não refletir, vida
mortiça.
Um tempo
sem sonhos
despedaçados,
Nem lágrimas,
nem pesares,
nem brados.
Um tempo
em que
sobrem noites vadias
De
desejos vertidos em
euforias.
Um tempo
de movimentos eternos
Que manifestem sentimentos ternos.
Um tempo
vestido de horas
únicas
(Passe o vento sem arrancar-lhes as túnicas).
Um tempo
de sol liberto
do posto
Cujo brilho
resplandeça transposto.
Um tempo
que no meu
silêncio soe,
Flua
no coração e não
destoe.
Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: nochedeluz.blogspot.com