Um dia...
Vesti-me com pétalas de saudade,
Assaltada por lembranças travessas
De um tempo só de sensibilidade,
Em que corações não ouviam cabeças.
Assaltada por lembranças travessas,
Eu flutuava entre enganos e ilusões
Em que corações não ouviam cabeças,
E a vida conspirava ligações.
Eu flutuava entre enganos e ilusões
No silêncio da madrugada esperta,
E a vida conspirava ligações
Nos descaminhos da distância certa.
No silêncio da madrugada esperta,
Eu me mesclava à perfeição de Deus
Nos descaminhos da distância certa,
Enquanto sorvia desejos meus.
Eu me mesclava à perfeição de Deus,
Sofrendo dos outros todas as dores,
Enquanto sorvia desejos meus
De livrar o mundo de maus condutores.
Sofrendo dos outros todas as dores,
Queria a graça, fazendo justiça,
De livrar o mundo de maus condutores,
Aspiração de minha alma noviça.
Queria a graça, fazendo justiça,
Atrelada aos meus dias passados,
Aspiração de minha alma noviça,
Derramar sentimentos abençoados.
Atrelada aos meus dias passados,
Sozinha, tocada pela bondade,
Vertendo sentimentos abençoados,
Vesti-me com pétalas de saudade.
Mardilê Friedrich Fabre