sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Fim da amargura



Para saber como compor: http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2015/06/oitava-intercalada.html

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

E a caridade fez-se homem...



Ele abriu os braços acolhedores,
Inundou de esperança os sofredores,
Proferiu palavras caridosas,
Curou as feridas com mãos gloriosas,
Enxugou lágrimas de olhos tristonhos,
Transformou muitos corações medonhos,
Andou pelos caminhos de pés descalços,
Afastou inquietações e percalços,
Encheu de graças um homem sem ,
Provou sempre amor por seu pai Javé,
Semeou paz onde havia desalento,
Viveu dias de dor e isolamento
Pelas almas que viera p´ra salvar
E que não poderia abandonar.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: home - Sapo

sábado, 17 de dezembro de 2016

Coberta de amor




Saudade molha meu leito.
Deito-me e cubro-me de amor,
Amor salgado, mas amor
Com perfume de maresia
Da jovial infância ao lado
Das personagens refletidas
No tênue borbulhar das nuvens
Que cantam meu nome em blandícies...
Minha alma enternece meu corpo
Que aprisiona emoções sutis.
Já não leio mais, manipulo
Caminhos nunca antes pensados,
Escondidos pela cortina
De espuma que me veste inteira.
Conduzida pela mão lívida
De Tétis, parto despreocupada do tempo.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: PBworks

sábado, 10 de dezembro de 2016

Vazio



Saudades das tuas verdades,
Das tuas flores,
Dos teus livros.
Teu rosto sempre presente
No porta-retrato,
Sobre minha escrivaninha...
O tempo e a distância
Interpuseram-se entre nós.
Permiti que me escapasses,
Que desaparecesses de minha vida.
Tua voz chega-me como melodia
Que me ataca o coração vazio.
Retenho cada traço da tua boca
Como se ontem tivesses falado contigo
No nosso recanto.
Ah! Se eu pudesse
Mais uma única vez
Olhar-te no fundo dos olhos,
Pegar-te a mão
E mergulhar minha solidão
No teu colo perfumado!...
Uma insensata vontade de gritar
Pela rua o teu nome,
Para que despertes
Do teu sono eterno
E voltes para mim,
Não me abandona.
Só a saudade me acompanha.


Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Penso Positivo


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Ironias da Vida - 1 lugar em Concurso


    Com este gazal fui classificada em 1º lugar no 25° Concurso Literário Internacional ALPAS 21 de Poesias, Contos e Crônicas DA ACADEMIA INTERNACIONAL DE ARTES, LETRAS E CIÊNCIAS 'A palavra do século 21' - ALPAS 21


A vida comanda meu destino
Sem me mostrar seu traço ladino.

Ironicamente me conduz,
Normalmente dela desafino.

Percorro labirintos sinuosos
E de fraqueza me contamino.

Mas resisto, transponho os obstáculos
Numa luta cruenta e sem tino.

Venço as armadilhas preparadas,
Tomado de ânimo repentino.

Não há como acorrentar o tempo,
Ele tiquetaqueia ferino.

Cadencia o rumo que tracei,
Segundo o que sou: um peregrino.

Meu andar será interrompido,
Quando determinar o divino.


    Para saber mais sobre o gazal, acesse: http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2014/10/gazal.html
Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Vendedor de Sonhos

sábado, 5 de novembro de 2016

Pedras preciosas



Atingi um estágio
No qual não almejo mais
A ilusão de uma jornada sem lágrimas.
Não importa quantas vezes
As sombras do passado me visitem
E me recordem caminhos interrompidos
Pelos delírios dos insucessos.
Percorri uma trilha estreita,
E o acesso dificultava-me
A chegada ao objetivo traçado.
Desde cedo, aprendi
Que podia desistir...
Não foram poucas as vezes
Que a solitude e a incompreensão
Me fizeram companhia.
Prefiro, entretanto, focar
Na satisfação de atos praticados.
Ainda hoje a recompensa
Ecoa em vozes longínquas envoltas em névoas.
Incontáveis dons despertei
Com palavras convenientes
E momentos espontâneos de emoção.
Foram peças valiosas
Que ajudei a lapidar.
No presente têm luz própria
Aprimoram outras preciosidades.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem:cristão.tumblr.com

sábado, 29 de outubro de 2016

Febris Versos


Essa composição literária leva o nome de Tam Tam, cuja teoria explico e exemplifico no meu livro "Rumos da Poética no Século XXI.".

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Queixa



Teoria deste tipo de poema: http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2014/11/elidram.html

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Devaneios




Teoria deste tipo de composição literária:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2015/06/oitava-intercalada.html


sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Entressonhos


Pelo corpo escorregam
Fios de luar.
Cabelos prateados
Derramam-se em cascatas
Pelas quimeras despertadas
Dentro do peito inquieto.
O eco dos acalantos
Suga paixões imóveis.
Sentimentos traçam
Versos irregulares na calçada gélida
Da madrugada cerzida de estrelas.
Almas rumorejam desejos de cetim
Que nutrem poesia lunática.
Melodias dormem nas partituras...
Aguardam por delicadas mãos
Que as despertem
De seu pesado sono.
Noites mastigam dores
No silêncio resignado
Do leito balsâmico
Que recebe vidas em pecado.
Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: limaverde1.wordpress.com

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Trilha Sonora de Primavera



Ao alvorecer, ouço os passarinhos.
Acordo com seu mavioso gorjeio
Enquanto o sol bate em cheio
Na janela do nosso ninho.

Acompanha-me a trilha sonora
Na fadiga do labor diário,
Sonorizando o meu cenário,
E o desalento vai embora.

Desprezo problemas. Canto!
Nãomais solidão. Incrível!
Vem a ventura. Imprevisível!
Desnuda-se minha alma. Encanto!

Esquecida de mim, devaneio
Tomada pela melodia
Que o meu coração cadencia,
E o meu dia com paz norteio.

 Mardilê Friedrich Fabre

sábado, 10 de setembro de 2016

Seria delírio?



Seria delírio de amor
Florir como a rosa vermelha
À qual agrada ao sol se expor?

Seria delírio, poeta,
Não desvanecer a centelha
Que no coração é secreta?

Seria delírio apagar
O passado que a luz espelha
Nas águas do lago ao luar?

Que segredo com ardor
Esconderia a flor quieta?

Por que o destino decreta
Solidão aprofundar?

Salva-a o beija-flor.


Mardilê Friedrich Fabre




Teoria deste tipo de composição literária:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2014/11/escala.html

sábado, 3 de setembro de 2016

Do espelho


Teoria dessa composição literária, encontra-se neste link:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2015/06/oitava-intercalada.html

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Depois...



Depois... a madrugada abriu um sorriso,
A lua escorregou no horizonte liso,
As estrelas tremeluziram mistérios,
A manhã alvorou sem critérios.

Depois... a alma perdeu a essência,
As horas peregrinaram com displicência,
A tarde acercou-se maravilhada
Porque o sol afagava a florada.

Depois... a mudez envolveu o corpo refeito
Com um manto tecido com efeito
Em momentos quando a letícia era protagonista
De uma história dirigida para a conquista.

Depois... sobrevivemos juntos, protegendo-nos da desgraça.
Confiamos um no outro, e a felicidade da graça
Perpetuou-se nos sonhos meus e nos teus.
Confiamos, assim, que nunca diremos adeus.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: adrianabeatriz.blogspot.com

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Conflito



Uma paz sem procedência
Ilude o poeta
E devolve-lhe a calma.
O céu avermelha-se,
Repousa seu presente
Na fímbria da terra.
A noite aproxima-se lentamente,
Enlaça a existência.
Conduz consigo a formosura da lua
E o cintilar desconcertante das estrelas.
Pelo ar espalha-se fragrância
De afetos ocultos.
Nos vincos das mentes românticas,
O passado, teimoso,
Turva o presente.

E trava-se o conflito...
A imaginação fértil
Apoia lembranças sem data,
Diluídas nas águas dos sentimentos.
Suspiros embebidos em notas musicais
Emergem das sombras.
Dó que atravessa tempos de sol
Desce de lá com palavras de Fá.

O presente destrói o muro
Que o separa de outrora.
Torna-se doce,
Corta os infortúnios,
Aproveita o fulgor da lua,
Intervém com asas de anjo,
Invade o caminho do tempo,
Transforma momentos em magia,
Confunde a alma ingênua
Que se refugia na quietude
Das dobras das horas dormentes.

O passado não quer ser esquecido.
Envia sua mensageira
Sempre presente.
A saudade atinge em cheio
O poeta que, aturdido pela desordem
Dominante em seu coração,
Converte-se em refém da esperança
De retratar em versos
O enredo de sua jornada
Entre emoções molhadas pela essência
De suas inquietações inocentes
Que culminam no voo solitário
Para o silêncio de si mesmo.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem:www.fotolog.com

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Sintonia



Minto para mim mesma,
Desvio os pensamentos das lembranças
Das nossas noites atrevidas,
Dos teus abraços acalentadores,
Da tua boca ansiosa,
Das tuas mãos inquietas,
Do teu corpo ondulante de regozijo.

A poesia transborda de ti,
Rega-me de felicidade incontida.
És palavra viva
Que me cativa
E migra para minh´alma

Entre a bruma da manhã,
Apareces como se nunca te afastaras de mim
E do meu carente coração.
Escuto o eco da longínqua
Melodia da esperança
Que não me permite controlar
A indiferença estigmatizada da ternura.

Acreditar na tua volta
É quase impossível...
Mas... estás na minha frente.
O sorriso inflamando-me o peito.
Minhas faces vermelhas condenam-me.
Num milésimo de segundo a razão prevalece,
Dura pouco a lucidez...
Basta que a tua mão
Toque a minha numa proposta muda,
Carregada de afetividade,
Emanada do teu seio inviolável,
Para todo o meu ser
Vibrar na mesma sintonia do teu.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: closetopaolaoliveira.blogspot.com

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Versos que não escrevi



Saudades dos versos que não escrevi,
Tão leves! lembram o voo do colibri.
Com gosto de beijo de morango,
Tão sensuais! como uma letra de tango.
Não revelam nosso apaixonante segredo,
Tão misteriosos! têm a vida como enredo.
Não cumprem sua missão: despertar amor,
Tão entristecidos! morrem no coração do criador.
Deixam sementes nos caminhos da alma,
Tão envolventes! abraçam o tempo com calma.

Não ensinam a usufruir dos sorrisos de rubi,
Tão abandonados! perdidos nos redobres do frenesi.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: utopia43.blogspot.com

Este é um poema cuja autora nomeou "enlaces disticus."
Teoria:http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2015/09/enlaces-disticus.html





sábado, 4 de junho de 2016

Saudades...



Saudades...
Do crepitar vermelho
Que cozinhava lentamente
A ambrosia dos deuses
(Vontade de provar...)
“Vai queimar o dedo, guria!”.

Saudades...
Do troc troc troc da máquina de costura
Que dava forma ao tão sonhado vestido,
Ímpar, perfeito, sem igual.

Saudades...
Do caminhar cantarolante
Para a hora do café da tarde...
Do colo quentinho na hora da dor.
Sanava qualquer mal.

Saudades...
Do carinhoso curativo nos joelhos sangrentos...
Dos provérbios, em vez do “eu te avisei!”

Saudades...
Das vidas que vivem em mim,
Que me amaram,
Apesar dos meus defeitos,
Que acreditaram em mim,
Que me ensinaram
A aceitar as horas de provação
Com um sorriso nos lábios.

Mardilê Friedrich Fabre