Minha vida é uma estrada,
Ao longo da qual verti
A inquietude do desejo de acertar.
Palmilho cada trecho,
Entregando-me por inteiro.
Mesmo com passos vagarosos, trôpega,
Uma estranha força interior me conduz.
Já sentei à margem,
À sombra de uma árvore amiga...
Um caminhante percebeu-me e, gentil,
Convidou-me para prosseguir.
Quando as forças me abandonaram,
Levou-me em seus braços.
Nos trechos brumosos,
Nos quais se tornava difícil enxergar,
O encantamento exalava
A doçura das flores nascidas a esmo,
E eu deslizava com a facilidade de um querubim
Para adiante encontrar um obstáculo,
Ante o qual parava para pensar
Se seria prudente continuar
Ou finalmente desistir.
Entretanto, colhia o entusiasmo
De quem me esperava
Ou daqueles que me acompanhavam,
Então, de cabeça ereta, arremessava-me,
Às vezes, sem muita direção,
Impelida por obstinada fé
De que, no meu caminho,
Não há lugar para o desânimo.
Mardilê Friedrich Fabre
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