sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Momentos de Mim


Desconhecida

Sem começo nem fim,
sou o avesso de mim.
Longe, olhar sem brilho .



Segredos

Metáforas finais
encarceradas nas torrentes do tempo.
Confissões rolam na poesia.



Estágios

Quedo-me silenciosa...
Impregnada de luar,
transponho a matéria...



Imprudência

Parceiro das mesmas ilusões
driblo senões.
Entrego-me às seduções.



Momentos sem Igual

Palavras mágicas
transpostas em poesia.
Fantasia solta ao vento.


Sopros

Ouvem-se suspiros...
Vento melancólico
perpassa pelas folhas mortas.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Silencias, ó Mundo!



Outra vez minha vida gira
Num redemoinho, em vertigem.
Assusto-me. Será mentira
Tanta energia que me exigem?

Num redemoinho, em vertigem,
Sobrepõem-se imagens disformes,
Tanta energia que me exigem...
Enquanto tu, ó Mundo, dormes.

Sobrepõem-se imagens disformes,
Desbotadas pela ilusão,
Enquanto tu, ó Mundo, dormes
E me negas tua atenção.

Desbotadas pela ilusão
Cenas que não posso esquecer.
E me negas tua atenção,
Mundo, na hora de proteger.

Cenas que não posso esquecer,
Marcas insondáveis em mim.
Mundo, na hora de proteger,
Me largaste num trampolim.

Marcas insondáveis em mim,
Sentimentos em movimento,
Me largaste num trampolim.
Mundo, e agora como isso enfrento?

Sentimentos em movimento,
Companheiros de muitas horas.
Mundo, e agora como isso enfrento?
Teu silêncio não traz melhoras.

Companheiros de muitas horas,
Enlevos tecidos de dor.
Teu silêncio não traz melhoras.
Mundo, não ouves meu clamor?

Enlevos tecidos de dor
Que, às vezes, o coração tira.
Mundo, não ouves meu clamor?
Outra vez minha vida gira.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Cadae


Mulher lendo - James Lewis


Cadae 1

Jorram da alma
Versos.
No papel branco,
Unem-se
Palavras douradas.


Cadae 2

A aflição
Turva
O coroção.
Nada...
Nenhuma emoção.


Teoria:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2014/12/cadae.html

Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Ama-me como o colibri


Se tu me amas,
Ama-me assim
Como o colibri
Ama a rosa vermelha.
Não cansa de beijá-la,
Alimenta-se de seu néctar,
Extasia-se com o perfume
Que ela exala no ar,
Encanta-se com sua simplicidade fagueira,
Esvoaça ao seu redor.
Não lhe importam seus espinhos,
Não precisa tocar neles,
Contorna-os
Em voos galantes,
Efêmeros,
Diáfanos...
Dançarino livre,
Rodopia,
Vagueia,
Gira de novo,
E de novo,
Por todo o palco do jardim,
Aplaudido pela plateia enflorada.
Enfeitiçada, a rosa o acolhe,
Aceita-o,
Permite os galanteios,
Abre-se em pétalas veludíneas.
Exitoso, ele finalmente
Pousa
E... adormece...



Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google