sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Tempo invadido



Há os momentos
Que invadem os tempos
E se misturam,
E se aglomeram,
E se agitam,
E se confundem,
E se perturbam,
E se entrelaçam
Nos cabelos nevados,
Nas faces desenhadas,
No andar indeciso,
Nas mãos embaraçadas,
Na audição cansada,
No olhar turvo...
Importa pouco isso
Diante da grandiosidade dos sonhos
Que teimam em perturbar
A mente enrugada e insone
Nas madrugadas viçosas
Com perfume de juventude
Da qual persiste leve eco.
Nãopranto de saudade
Nos descaminhos da ilusão.
O vento se encarrega
De conduzir para outras paragens
Desalentos enraizados.
Há uma preocupação:
Libertar a alma do jugo da solidão.



Mardilê Friedrich Fabre

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Criançando








A vida corre de pés descalços,
Branda nas tardes de primavera.
Coração, ritmando do amor traços,
Domina, assim, o tédio da espera,
Levado pela brisa nos braços.

Teoria:



Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

No voo da borboleta



Amor em aquarela

Minha alma
Voa inquieta como borboleta.
Procura incansável
Por uma rosa amiga,
Cujo perfume
A envolva com manto
Transparente, encantado...
Em seu voo azul,
Projeta desejos
De nuances de amor
Em aquarela.














O bailado da borboleta

Em arabescos
Baila borboleta ao sol.
Do casulo
Recém-saída, metamorfoseada em quimera,
Pelo ar
Delineia rastros, coloridos, silenciosos...
Olhos machucados
Acompanham-na, agora fada disfarçada,
Que borda
O dia com fios
De fantasia.









Sensual borboleta

A violeta,
Entre folhas oculta, espichava
Seu olhar
Tímido p´ra borboleta vermelha
Que, atraída
Pelo perfume do cravo,
Volitava lânguida,
Insinuando-se sensual para ele.
Pobre borboleta!
Deslumbrava-se com a beleza
Superficial...leviana...




Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google
 



sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Não esmoreço

Minha vida é uma estrada,
Ao logo da qual verti
A inquietude do desejo de acertar.
Palmilho cada trecho,
Entregando-me por inteiro.
Mesmo com passos vagarosos, trôpega,
Uma estranha força interior me conduz.
sentei à margem,
À sombra de uma árvore amiga...
Um caminhante percebeu-me e, gentil,
Convidou-me para prosseguir.
Quando as forças me abandonaram,
Levou-me em seus braços.
Nos trechos brumosos,
Nos quais se tornava difícil enxergar,
O encantamento exalava
A doçura das flores nascidas a esmo,
E eu deslizava com a facilidade de um querubim
Para adiante encontrar um obstáculo,
Ante o qual parava para pensar
Se seria prudente continuar
Ou finalmente desistir.
Entretanto, colhia o entusiasmo
De quem me esperava
Ou daqueles que me acompanhavam,
Então, de cabeça ereta, arremessava-me,
Às vezes, sem muita direção,
Impelida por obstinada
De que, no meu caminho,
Nãolugar para o desânimo.


Mardilê Friedrich Fabre

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Inconscieente






Inconsciente

Ainda inconsciente,
A alma no escuro
Quer emergir.
Precisa cortar as amarras,
Ver luz,
Viver os carinhos translúcidos,
Conquistar sorrisos,
Vencer o tempo breve,
Ter coragem,
Desafiar a entrega redentora
Sem temores...
 


Mardilê Friedrich Fabre