segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Amor em rascunho



O destino rascunhou nosso amor 
Entre letras mal traçadas, borrões,
Fases de desalento assustador,
Num sobe e desce de contradições.

Com mãos trêmulas refaço caminhos,
Torno a escrever a história em poesia.
De olhos cerrados, sinto os teus carinhos,
Ao abri-los lamento a alma vazia.

Segui tentando decifrar mistérios,
Enxerguei os desatinos ocultos,
A intenção de fugir dos ministérios,
E a saudade difundida por vultos.

Não suspendeu o tempo minha súplica.
Confundi-me nas horas fugidias,
Não me levou a correnteza inóspita.
Permaneci nas entrelinhas frias.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: www.overmundo.com.br

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