domingo, 6 de março de 2016

Olhar gótico


Rodam enganos e sonhos
Entre as chances que aparecem e vão rápido...
Largam suas sementes.

Muitos se insinuam na alma;
Outros tombam no descuido catastrófico
Do esquecimento indevido.

A delicadeza do abrigo
Acrescenta-se à certeza sintomática
Da distância das carícias.

Aproxima-se a imagem
Devagar e esvoaçante sempre nítida,
Elegante e encantada.

Não há surpresas à vista.
Intercalam-se entre os olhos novos bálsamos
Que se sobrepõem às mágoas.

Não é apático o rosto,
Não há desordem, desagrado, no olhar gótico,
Mas derradeiro equilíbrio.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem:www.fondosni.com

Teoria:http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2015/05/corola.html


Um comentário:

Jorge Sader Filho disse...

"Olhar gótico". Gosto de expressões complexas, mas até agora não peguei a coisa. É bem verdade, Mardilê, que sua poesia nunca foi de principiante.
Sabe? O autor também tem os seus mistérios, os leitores que os descubram!
Abraço