O tempo amarelou as folhas ,
O vento beijou-as prostrado.
E na contramão sou levado
E da minha tristeza é dono .

Dou-te...
Realiza tuas fantasias .
Nesta tarde sombria de outono ,
Dou-te sem medo meu destino .
Dele agora és o único dono .
Conduze-o por caminhos felizes
Vindo a inércia , dá-lhe diretrizes .
Energiza todos os teus dias .

“Quando chove, eu olho pela vidraça,
Os pingos caem e eu lembro você .”
(Mara Regina Weiss)
O outono minhas desilusões laça .
Vivemos os dois desejos iguais .
Quando chove, eu olho pela vidraça .
Na chuva , vejo teu rosto com graça ...
Vestindo no corpo saia godê ,
Segues do vento o ritmo em balancê.
E desaparecem meus dissabores ,
Restam as sensações dos teus ardores .
Os pingos caem, e eu lembro você .

Mardilê Friedrich Fabre
Imagens: Google