domingo, 11 de setembro de 2011

Escada de Trovas (Descendo)



  Silêncio


Na imensidão desta noite,
é  o silêncio que ouço,
da minha triste alma açoite,
da minha vida arcabouço.



Na imensidão desta noite,
pela janela aberta, a lua
entra em mim. Talvez pernoite
em minha pousada nua.

É o silêncio que ouço.
A natureza respeita
despojado calabouço
e a calar-se se sujeita.

Da minha triste alma açoite
é a dor que me deprime.
Falta-me ânimo, aloite,
p´ra suportá-la sublime.

Da minha vida arcabouço
é a solidão sem fim
que em meu coração balouço
ao ritmo de um bandolim.



Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google

(Trova raiz - Mardilê Friedrich Fabre)

2 comentários:

Jorge Sader Filho disse...

Adoro trovas, e gosto de tentar algumas. As suas estão pedindo mesmo um violão, um bandolim português, uma flauta.
E ser cantada como merece!

Carinho,
Jorge

renate gigel disse...

Apecio o jogo de palavras, cujo domínio te é peculiar, com muita propriedade e beleza.
Renate