sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Silencias, ó Mundo!



Outra vez minha vida gira
Num redemoinho, em vertigem.
Assusto-me. Será mentira
Tanta energia que me exigem?

Num redemoinho, em vertigem,
Sobrepõem-se imagens disformes,
Tanta energia que me exigem...
Enquanto tu, ó Mundo, dormes.

Sobrepõem-se imagens disformes,
Desbotadas pela ilusão,
Enquanto tu, ó Mundo, dormes
E me negas tua atenção.

Desbotadas pela ilusão
Cenas que não posso esquecer.
E me negas tua atenção,
Mundo, na hora de proteger.

Cenas que não posso esquecer,
Marcas insondáveis em mim.
Mundo, na hora de proteger,
Me largaste num trampolim.

Marcas insondáveis em mim,
Sentimentos em movimento,
Me largaste num trampolim.
Mundo, e agora como isso enfrento?

Sentimentos em movimento,
Companheiros de muitas horas.
Mundo, e agora como isso enfrento?
Teu silêncio não traz melhoras.

Companheiros de muitas horas,
Enlevos tecidos de dor.
Teu silêncio não traz melhoras.
Mundo, não ouves meu clamor?

Enlevos tecidos de dor
Que, às vezes, o coração tira.
Mundo, não ouves meu clamor?
Outra vez minha vida gira.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google


2 comentários:

Jorge Sader Filho disse...

"Mundo, não ouves meu clamor?
Outra vez minha vida gira."
Não existe estática no mundo. Ele mesmo está em constante movimento. É como entendo o vigoroso poema de Mardilê.

Abraço,
Jorge

Anônimo disse...

Mardi, achei lindo, os versos sempre começam com a segunda frase do anterior...