sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Minha poesia cala



Minha poesia voa.
É borboleta. Anda à toa.

Distribui meus sentimentos,
Conduz a encantamentos.


Dança envolta pelo vento
Para esquecer o tormento.

Embala-a o ritmo dos versos,
Perde-se em rumos diversos.

Adormece à luz da lua,
Ao mostrar-se a dor, recua.

Enche de amor mãos vazias
E sós nas horas tardias.

Desperta-a o sol brejeiro,
Puxa-a p´ra si ligeiro.

Para o relógio da vida,
No tempo fica perdida.

Pousa nos cabelos brancos,
Ouve dos poetas prantos.

Acena para os passantes
Que a aprisionam exultantes.

Minha poesia sente,
Mas cala. Fica latente.



Mardilê Friedrich Fabre

4 comentários:

Jorge Sader Filho disse...

"Minha poesia sente,
Mas cala. Fica latente."
Um final digno e elegante para o poema que Mardilê nos apresenta.
Abs. Jorge

Anônimo disse...

Oi Mardilê. Boa noite.

Li seu poema que fala sobre a poesia.

E gostei!!!

Em minhas teorias eu classifico como (Matapoema) o poema que fala de si.

Caso eu esteja equivocado, por favor me corrija.

Abração.
Fiore

Anônimo disse...

Tô aqui novamente...

Pelo que tenho lido, um poema que fala de si mesmo é um metapoema.

Um filme que fala de si e das dificuldades vividas para sua produção, utiliza-se da metalinguagem.

Mais uma vez, aquele abraço e um ótimo domingo.
Fiore

Anônimo disse...

Mardilê, querida, eu adorei a música que ouvi saindo do seu lindo poema. Deve ser o significado de suas palavras, ainda que elas tenham um sentido por mim não alcançado em sua totalidade. Mas, eu chego lá...

Bjinhos. Irany