
Permito-me divisar o tempo que passa
E embalar-me na rede das lembranças.
Permito-me caminhar ao léu
E seguir o rumo do sonho do poeta.
Permito-me sentar à beira-mar
E ouvir as ternas canções das ondas.
Permito-me percorrer descalça o jardim
E observar o alvoroço das flores apaixonadas.
Permito-me chorar a insensibilidade do mundo
E gritar a dor de mãos famintas estendidas.
Permito-me ultrapassar sozinha as
dificuldades
E conseguir atingir meu lado harmônico.
Permito-me vestir-me com o brilho das
estrelas
E alentar os corações aflitos.
Permito-me ser o sol da melodia ímpar
E curar os dós daqueles que se maltratam.
Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google