sábado, 4 de junho de 2016

Saudades...



Saudades...
Do crepitar vermelho
Que cozinhava lentamente
A ambrosia dos deuses
(Vontade de provar...)
“Vai queimar o dedo, guria!”.

Saudades...
Do troc troc troc da máquina de costura
Que dava forma ao tão sonhado vestido,
Ímpar, perfeito, sem igual.

Saudades...
Do caminhar cantarolante
Para a hora do café da tarde...
Do colo quentinho na hora da dor.
Sanava qualquer mal.

Saudades...
Do carinhoso curativo nos joelhos sangrentos...
Dos provérbios, em vez do “eu te avisei!”

Saudades...
Das vidas que vivem em mim,
Que me amaram,
Apesar dos meus defeitos,
Que acreditaram em mim,
Que me ensinaram
A aceitar as horas de provação
Com um sorriso nos lábios.

Mardilê Friedrich Fabre


4 comentários:

Unknown disse...

Belíssimo e encantador. Abraços. Ilda Brasil

Jorge Sader Filho disse...

Uma singular homenagem, Mardilê.
Abraço
Jorge

Unknown disse...

Mardilê, me vi nesse poema! Lindo! Lindo!
Beijos
Chica Sperb

Unknown disse...

Lindo! Fez lembrar da minha infância!