Sou guardiã de um louco
segredo.
Por ser meu, fenecerá em
meu coração
Como a rosa que perde
seu perfume,
Sua cor e tomba exangue.
Um belo sonho que nunca
se realizou
Simplesmente porque somos dois os protagonistas.
E tu nunca soubeste
dele.
Ah! mas sentiste...
Li nas entrelinhas dos
teus aflitos silêncios
O desejo dos carinhos
ausentes.
Embora nunca nos
tocássemos,
Tua voz sabia a beijos
rubros
Que me acarinhavam a
face.
Tu me encontraste em
farrapos,
Acreditei que ficarias
para sempre.
De novo, o para sempre
Dissolveu-se na minha
ingenuidade.
Prometo-me que não
haverá outra oportunidade
Para ninguém.
Ficarei em minha
companhia,
No silêncio de mim
mesma,
Absurdamente paralisada
pelo tempo
Que me mantém presa a um
segredo
Que necessito esquecer.
Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: A mente é maravilhosa
4 comentários:
Uau!!!! Um legítimo poema da segunda geração do Romantismo Brasileiro, dos poetas do Mal do Século! O amor nunca pode se concretizar, porque se concretizar ele não é mais amor. Então é melhor esquecê-lo? Não! Esse amor precisa ficar preso só dentro do coração do poeta, para continuar sendo amor. Daniel Dias
Muito lindo! Elma Miranda
Certa vez li, não me recordo onde, que 'sempre' pode ser um instante determinado. Este, por exemplo.
Abraço, Mardilê.
Jorge Sader Filho
Postagem linda!
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