sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Tempo invadido



Há os momentos
Que invadem os tempos
E se misturam,
E se aglomeram,
E se agitam,
E se confundem,
E se perturbam,
E se entrelaçam
Nos cabelos nevados,
Nas faces desenhadas,
No andar indeciso,
Nas mãos embaraçadas,
Na audição cansada,
No olhar turvo...
Importa pouco isso
Diante da grandiosidade dos sonhos
Que teimam em perturbar
A mente enrugada e insone
Nas madrugadas viçosas
Com perfume de juventude
Da qual persiste leve eco.
Nãopranto de saudade
Nos descaminhos da ilusão.
O vento se encarrega
De conduzir para outras paragens
Desalentos enraizados.
Há uma preocupação:
Libertar a alma do jugo da solidão.



Mardilê Friedrich Fabre

2 comentários:

CCF disse...

"Libertar a alma", que ideia linda, a partir de um poema que nos coloca a refletir sobre a cruel solidão.
Parabéns Mardilê!
CCF

Jorge Sader Filho disse...

A solidão pode massacrar a alma de uma pessoa.
Bela forma que Mardilê deu ao poema.

Abraço,
Jorge