sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Viver




No céu laranja-avermelhado,
O sol desaparece lento.
Vozes de criança são alento.
Esquecido, volta o passado.
Sou eu na calçada da vida.
De mãos dadas com a inocência,
Num momento de confluência,
Retorno à infância florida.
Rodar ao som da melodia,
Cantata pura, cristalina.
Encharcar-me na chuva fina,
Enquanto o mundo sorria.
Planar nas nuanças da luz,
Conservar os braços abertos,
Ouvir os corações despertos,
Sair do vácuo, contraluz.

Mardilê Friedrich Fabre
Foto: Marilene Friedrich Lobo D´Ávila

4 comentários:

Jorge Sader Filho disse...

"Sou eu na calçada da vida." Parece que somos todos nós que mantemos os olhos abertos, Mardilê.
Abraço.
Jorge

Anônimo disse...

Mardilê querida, me vi também na minha infância.
Como é bom recordar!
o Cantar da"" Teresinha de Jesus, maravilhas no cha´péu""isso não são maravilhas são estrelinhas do céu"a boca suja do cachorro- quente.o sabor da gasosa.A dor de barriga, castigo da gulodice.E a voz da tia depois :Eu não te disse.
Disse sim, mas enfim,que era gostoso era,Uma eterna primavera que virou o outono depois e agora no inverno da vida o que me aquece o coração . é a tua poesia , querida,que parece uma canção.BJ

Anônimo disse...

Oi lindinha sempre estou vendo tudo o que escreves mas não estou conseguindo postar lá. Creio que estou com problemas aqui.
Mas me encanto cada vez mais. Parabéns.Como foi bom te conhecer lá naqueles confins de Itabira. Abração e muita energia ,arlete de gaspar sc

Gladys disse...

maravilhoso como sempre!bjus.