quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Gira, giram...





Gira o vento. Caem as folhas...
Castelos de criança... Bolhas.
 

Giram as pás do moinho
Nas águas limpas. Redemoinho.

Gira o passado na mente.
Reviravolta de rostos. Presente.

Giram passos no mesmo lugar.
Olhos viram e reviram. Um par.

Gira a ave à procura do ninho.
voltas pelo ar. Carinho.

Giram pedras. Desacomodam-se
E, de novo, aquietam-se. Acomodam-se.

Gira o tempo indistinto.
Rodeia pela vida. Labirinto.

Giram afetos nas poesias
Que vertem ilusões. Utopias

Gira o desconhecido destino,
Desejado e temido. Desatino.

Giram as flores. Acompanham o sol
Em perfeita sintonia. Girassol.

Gira o sorriso na sua face.
Volta e dissipa-se. Desenlace.

Giram as noites. Giram os dias.
Retorcem-se mãos vazias. Fobias.

Gira o sonho. Vai para o céu.
Desaparece... aparece... Ao léu.

Giram as estações, e as gerações
Cruzam-se e tramam-se. Senões.


Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google

3 comentários:

Jorge Sader Filho disse...

A aprimorada técnica de Mardilê, dominando o verso. Este e outros motivos - beleza e encantamento dos versos - justificam seu último prêmio, o "Mágico de Oz".
Parabéns, poeta.
Meu abraço.

Anônimo disse...

Parabéns, Mardilê, pelos belos verso e pelo prêmio. A vida gira sem cessar. Beijos.

Benedita Azevedo

Anônimo disse...

Como sempre, arrasaste! Que prêmios bem merecidos!
Eu viajo lendo tuas poesias. E muito mágico o efeito que elas exercem. Obrigada por me presenteares com tuas obras de arte.
Neida