Quantos filhos
tens, Mãe Preta?
Tua existência é parir,
Então não
sabes ao certo.
Alguns são
negros decerto,
De ti
roubados, vendidos,
Longe, sem
rumo, perdidos;
Outros brancos,
que da teta
Sugam-te o leite nutrício.
Presa estás a este
suplício
De ver o anjinho preto ir
E logo vir um branquinho
A quem darás teu carinho.
Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google
3 comentários:
Boa tarde Mardilê!
Valeu reuniu em teu texto Maternidade e diversidade cultural / étnica.
Abraços,
Eloísa
Quantos não tiveram mãe assim, Mardilê?
Abraço.
Jorge
São essas coisas que me encantam na tua arte. Essa sensibilidade de perceber tantas coisas ao mesmo tempo e em tão poucos versos conseguir mostrar o Universo!
Sou suspeita em falar porque és a
minha mentora e incentivadora nessa arte que é transformar as palavras em deleite para nossos olhos e coração! Quando eu ¨crescer¨quero ser que nem tu!Bjão
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