sexta-feira, 18 de julho de 2014

Ainda acredito em mim





Nem sempre estou certa,
Não me iludo.
Respiro fundo,
Analiso-me,
Escorrego para o meu eu
Lentamente como desce o anoitecer.
Desencadeia-se um misto
De mandos e desmandos
E me debato
Entre claros e escuros
Das verdades que são minhas
E das que são dos outros,
Entre o que me atrai
E o que rejeito,
Entre os meus sonhos
E a dura realidade
Que me golpeia o rosto,
E me acorda de súbito,
E me conduz
Para um lugar do qual fujo
tanto tempo
Que perdi a conta.
Deparo-me com o mistério
De ser invisível,
Mas descubro na nascente de cada dia
As forças que derramam ilusões
Que me impelem a continuar.
Corro perigo de desintegrar-me.
Não me importo.
Vasculho-me.
Afinal brilha uma tênue luz
Dos sentimentos
Que ressuscitam meu mundo fascinante.

 

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem Google


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