sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Gato no telhado




Madrugada alta. Gato
No telhado, gaiato,
Mia à cata de amor.

Sonha preto Cigano,
Embora leviano,
Com afagos da amada.

Por que ela custa tanto
A chegar-se ao recanto
E ceder às carícias?

“Solidão não tem fim.
Por que age ela assim
Comigo, seu amigo?”

“Deu bolo” a musa gata.
Mas por que é tão ingrata
Se só ela era o seu xodó?

Não posso o gato olhar
Sinto-o lamuriar
Seus mios solitários.

Não escuto mais miados,
Apenas os chiados
Das patas no telhado.

Abro minha janela,
Ele passa por ela
E aninha-se em meu colo.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google

2 comentários:

Jorge Sader Filho disse...

E a gata, Mardilê? Vai ficar comportada? Não acredito.
Abraço.
Jorge

Anônimo disse...

Cada vez que visito o blog encontro mais maravilhas...
beijo com saudade do grupo.

Ceres