sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Uma Vida

  


A vida dependurada
Na ponta de uma agulha
Pinga gotas vermelhas e incolores
Nas horas de espera,
Equilibra-se no amor
E na amizade...
Rompem-se bolhas protetoras
E soldam-se porções.
Sonhos esfacelam-se no tempo...
O corpo exangue viaja ilusões,
A mente atenta
Desperta a poesia
E nela divaga introvertida.
Emoções latentes
Tatuam páginas estéreis
Com lembranças e anelos
Que afogam palavras doridas.
O sorriso brilha solidão
E declama cautelas
Perfumadas de agonias.
Lágrimas escrevem versos
No rosto macerado pela dor.
Mãos abraçam perfumes,
Tecem ternuras,
Mimam vontades,
Rezam metáforas fugidias
E tombam extenuadas
No regaço mudo
Que, débil, pulsa vida.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google

Um comentário:

Jorge Sader Filho disse...

Tão fugaz é a Vida, Mardilê!
Somos obrigados a ter honra e prazer diante desta dádiva!
Abraço.