sábado, 12 de dezembro de 2015

Um tempo...



Quero um tempo sem tempo de girar,
Um tempo meu, parado, de olhar,
Um tempo sem relógio, de preguiça,
De não refletir, vida mortiça.

Um tempo sem sonhos despedaçados,
Nem lágrimas, nem pesares, nem brados.
Um tempo em que sobrem noites vadias
De desejos vertidos em euforias.

Um tempo de movimentos eternos
Que manifestem sentimentos ternos.
Um tempo vestido de horas únicas
(Passe o vento sem arrancar-lhe as túnicas).

Um tempo de sol liberto do posto
Cujo brilho resplandeça transposto.
Um tempo que no meu silêncio soe,
Flua no coração e não destoe.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: obviousmag.org

5 comentários:

Jorge Sader Filho disse...

Este é um tempo. Será que ele existe, Mardilê?

Anônimo disse...

Oi Mardilê. Um tempo... me tocou com profundidade.

Daniel Justo

renate gigel disse...

Sempre é tempo, ele é eterno, assim como teu sentimento neste teu tempo.
Para sempre, um tempo nosso.
Bj
Re

Anônimo disse...

Chorei! Lindoooo!
Sabe quando parece que alguém leu os teus pensamentos e sente os teus sentimentos? Perfeito!!!
Bjão
Chica

Anônimo disse...

Tomei o tempo de ler até ao fim e nasceu mais tempo para sentir...
Muito belo!