sexta-feira, 27 de junho de 2014

Sinergia






Ouço saudade nos pingos de chuva
Que batem na vidraça.
O olhar enfeitiçado
Não desvia dos galhos
Que dançam no ritmo do vento.
E o pensamento,
Sem que eu permita,
Foge de mim
E esconde-se em outro tempo
De doce sabor, só de ternuras,
Quando não era vedado
Correr descalça e beber da chuva.
Braços abertos, olhos cerrados...
Enquanto o corpo hirto se molhava
E a água escorria...
Até a alma lavada pela natureza...
Havia sinergia entre a menina
E o mundo que a rodeava.
Sem medo, ela comandava mentalmente
O vento e a chuva
Com a batuta da confiança.
Submissos, eles lhe obedeciam
E acalmavam-se.
Ela saía, então, de seu estado de inércia
E corria para os abraços quentes
Que a esperavam e a agasalhavam.
Entre risos e diálogos,
Tudo voltava ao normal.
Havia um caderno e um livro abertos
À sua espera.

 

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google


6 comentários:

Anônimo disse...

100 comentários!!!!

Bjs
Chica

Anônimo disse...

Muito bonito e bem lembrado. Tempos que não voltam mais. Bjs João

Jorge Sader Filho disse...

Também "ouço saudade" deste tempo, cara amiga.
Abraço.

Benedita Azevedo disse...

Um belo poema, Mardilê. Parabéns!

Anônimo disse...

ME ENCANTEI COM SINERGIA.
VOCÊ É ESPETACULAR E TUDO O QUE ESCREVE É MARAVILHOSOS. PARABÉNS.ABRAÇOS CATARINENSES DA ARLETE

Anônimo disse...

Amiga! Amei cada um destes " Sou". Há muitos outros que podes vivenciar e compartilhar conosco. Vai em frente! Tu sabes: A poesia assim, de surpresa, encanta, faz feliz. Um beijo, Clarisse.