Ouço
saudade nos pingos de chuva
Que
batem na vidraça.
O
olhar enfeitiçado
Não
desvia dos galhos
Que
dançam no ritmo do vento.
E o
pensamento,
Sem
que eu permita,
Foge
de mim
E
esconde-se em outro tempo
De
doce sabor, só de ternuras,
Quando
não era vedado
Correr
descalça e beber da chuva.
Braços
abertos, olhos cerrados...
Enquanto
o corpo hirto se molhava
E a
água escorria...
Até
a alma lavada pela natureza...
Havia
sinergia entre a menina
E o
mundo que a rodeava.
Sem
medo, ela comandava mentalmente
O
vento e a chuva
Com
a batuta da confiança.
Submissos,
eles lhe obedeciam
E
acalmavam-se.
Ela
saía, então, de seu estado de inércia
E
corria para os abraços quentes
Que
a esperavam e a agasalhavam.
Entre
risos e diálogos,
Tudo
voltava ao normal.
Havia
um caderno e um livro abertos
À
sua espera.
Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Google
6 comentários:
100 comentários!!!!
Bjs
Chica
Muito bonito e bem lembrado. Tempos que não voltam mais. Bjs João
Também "ouço saudade" deste tempo, cara amiga.
Abraço.
Um belo poema, Mardilê. Parabéns!
ME ENCANTEI COM SINERGIA.
VOCÊ É ESPETACULAR E TUDO O QUE ESCREVE É MARAVILHOSOS. PARABÉNS.ABRAÇOS CATARINENSES DA ARLETE
Amiga! Amei cada um destes " Sou". Há muitos outros que podes vivenciar e compartilhar conosco. Vai em frente! Tu sabes: A poesia assim, de surpresa, encanta, faz feliz. Um beijo, Clarisse.
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