sexta-feira, 24 de abril de 2015

Azuis



São azuis as borboletas
Pousadas na saudade
Dos dias iluminados
Da minha infância dourada.

São azuis os olhos
Que me fitam
Da transparência lúdica
Da afeição concretizada
Na eternidade do amor.

São azuis as palavras
Embriagadas do perfume
Da poesia vibrante de delírios
Estampada pela desatinada paixão
Do insensato poeta.


São azuis as pétalas
Que me banham o corpo
Com a sensatez mediúnica
Da resignação dominada
Com a qual atinjo
Os limites de mim mesma.

São azuis os segredos
Murmurados ao compasso
Da fugacidade das horas
Impregnadas de desalento.

São azuis as ilusões
Semeadas nas frações
Entre sentimentos imprecisos,
Sem laços nem abraços,
Sem ternura nem calor,
Que se dissolveram no abismo
Da amargura da noite fria.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google

3 comentários:

Soaroir de Campos disse...

...azul pálido... anuviado de auroras... xxx Bom final de semana

Jorge Sader Filho disse...

São azuis os versos de Mardilê?
Abraço.

Anônimo disse...

Parabéns pelo lindo poema. Adoro azul, é a cor da calma e do intelecto. Bjs Edi